La Paz, 29 out (EFE).- O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, convidou nesta terça-feira o principal candidato de oposição nas últimas eleições no país, Carlos Mesa, a participar da auditoria prevista pela Organização dos Estados Americanos (OEA), após as acusações de fraude no pleito.
O número 2 do governo de Evo Morales - que era o esperado em entrevista coletiva hoje - falou com jornalistas em La Paz, na sede da presidência boliviana, mas sem aceitar perguntas, e defendeu os resultados da votação realizada no último dia 20.
O atual chefe de estado venceu com 47,08% dos votos, contra 36,51% de Mesa, que foi presidente do país entre 2003 e 2005. Como a a margem maior que 10% no primeiro turno dispensa a realização do segundo, Morales evitou o novo pleito por 0,57%.
García Linera destacou que a chapa que compôs recebeu 640 mil votos a mais que o adversário, por isso, disse não ter dúvidas que Morales é "o novo presidente" para um mandato que vai de 2020 até 2025.
O vice classificou Carlos Mesa como o candidato "perdedor", que estaria fazendo um "esforço violento, terrível" para não reconhecer o resultado do pleito.
Para García Linera, está acontecendo na Bolívia uma "campanha de agressões" que está sendo promovida pelo oposicionista.
Nos dias seguintes ao pleito, foram registrados ataques às sedes regionais do órgão eleitoral do país, inclusive, com algumas sendo incendiadas.
O vice convidou Mesa que se junte à auditoria prevista pela OEA, com apoio de México, Paraguai, Peru e "outras nações irmãs", como a única maneira de esclarecer dúvidas.
"Esperamos uma resposta rápida e positiva do candidato perdedor", disse García Linera.
Nesta terça-feira, em diversas cidades estão sendo realizados atos e acontece uma nova jornada de greves, contra o resultado do pleito. O governo, por sua vez, vem convocando mobilizações de defesa da vitória eleitoral de Morales.