Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta quarta-feira que a inflação não será um problema de uma década para o país e que os gastos emergenciais da Covid-19 do governo Biden contribuíram apenas "modestamente" para os aumentos de preços.
Yellen, respondendo a perguntas de parlamentares sobre a inflação elevada pelo segundo dia consecutivo, disse que leitura recente acima de 8% é "inaceitável" para o país e que 2% é uma "meta apropriada" de inflação para o banco central norte-americano.
"Não vejo como a inflação seja um assunto de uma década", disse Yellen ao comitê orçamentário da Câmara dos Deputados dos EUA em resposta a uma pergunta sobre por que alguns economistas veem a inflação como um problema mais enraizado.
Yellen disse na terça-feira ao Comitê de Finanças do Senado que a inflação elevada provavelmente persistirá --embora ela espere um arrefecimento em breve-- e que o governo Biden deve aumentar sua previsão orçamentária para uma inflação de 4,7% para este ano.
Na semana passada, Yellen havia dito que estava "errada" em sua avaliação de 2021 de que a inflação seria mais transitória e desapareceria mais rapidamente.
Republicanos no painel da Câmara, assim como seus colegas do Senado, perguntaram repetidamente a ela se as medidas de alívio da Covid-19 de 1,9 trilhão de dólares do governo Biden, conhecidas como Plano de Resgate Americano, foram uma das causas da inflação alta.
"Esses gastos produziram excelentes remunerações para os norte-americanos e, no máximo, contribuíram modestamente para a inflação", disse Yellen.
Yellen afirmou ainda que é importante continuar a reduzir os déficits no atual ambiente inflacionário.