Por Lindsay Dunsmuir
WASHINGTON (Reuters) - A chair do Federal Reserve, Janet Yellen, voltou ao Capitólio dos Estados Unidos confiante nesta quinta-feira em meio a piora dos mercados acionários globais e ao crescente ceticismo de que o banco central norte-americano pode avançar com sua política monetária.
Yellen, falando diante do Comitê Bancário do Senado, enfatizou os pontos favoráveis da recuperação econômica dos EUA ao mesmo tempo em que reconheceu que a enfraquecida economia global e a forte queda nos mercados acionários está restringindo as condições financeiras com mais rapidez do que o Fed quer.
Embora Yellen tenha alertado contra tirar conclusões precipitadas sobre ameaças financeiras provenientes do exterior, ela enfrentou um cenário financeiro diferente nesta quinta-feira do que há apenas um dia, quando falou a um comitê da Câmara.
Os preços dos Treasuries dos EUA saltaram no início dos negócios, com o rendimento do título de 10 anos caindo ao menor nível em mais de três anos, enquanto as ações recuaram na Ásia, Europa e nos EUA.
"Estamos observando os acontecimentos com muito cuidado", disse Yellen aos senadores. "Eu diria que sempre há alguma chance de recessão em qualquer ano. Mas as evidências sugerem que as expansões não morrem de velhice."
Ela assentiu às preocupações de fraqueza no exterior e à pressão que a queda dos preços do petróleo está exercendo sobre a inflação dos EUA, que permanece abaixo da meta de 2 por cento do Fed.
"Esses fatores podem muito bem influenciar o balanço de riscos ou a trajetória da economia e assim pode afetar a postura apropriada de política", disse Yellen. "Mas a essa altura é prematuro fazer um julgamento sobre isso."
Os investidores estão cada vez mais céticos de que o Fed, que elevou a taxa de juros pela primeira vez em quase uma década em dezembro, será capaz de continuara apertando a política monetária diante dos sinais de alerta cada vez mais fortes desde o início do ano.
Os investidores dos mercados futuros já descontaram as expectativas de uma alta dos juros este ano, com os contratos mostrando crescentes expectativas de que o banco central terá em vez disso que cortar os juros já em setembro.
(Reportagem de Jason Lange e Jonathan Spicer)