Por Daniel Trotta
HAVANA (Reuters) - A polícia cubana deteve nesta quarta-feira vários dissidentes durante manifestações pacíficas realizadas em uma avenida popular de Havana pelo Dia Internacional dos Direitos Humanos.
As ações ocorreram em frente à popular sorveteria Coppelia, onde vários ativistas foram presos. Não havia uma estimativa do número de prisões.
Policiais à paisana dispersaram os manifestantes que gritavam "Viva os direitos humanos!" com os dedos indicador e polegar em forma de "L", simbolizando a palavra liberdade.
Os detidos foram colocados pela polícia no banco traseiro de várias viaturas.
Simpatizantes do governo cubano, por sua vez, gritavam "Viva a Revolução!" ou "Viva Fidel!", referindo-se ao ex-presidente Fidel Castro, que governou o país desde a revolução de 1959.
O incidente ocorreu diante de correspondentes credenciados em Havana, que foram convocados para a manifestação pelas Damas de Blanco, um grupo de mulheres e familiares de dissidentes que passaram algum tempo na prisão.
Autoridades cubanas frequentemente detêm dissidentes por horas ou dias antes de liberá-los.
"Certamente deve ter havido dezenas (de detidos) em todo o país, principalmente na capital, mas ainda é muito cedo para comentar", disse o porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, Elizardo Sánchez.
A comissão, considerada ilegal, porém tolerada, informou em novembro que 398 dissidentes foram detidos temporariamente em novembro, elevando para 8.410 a cifra deste ano.
O governo cubano diz que educação e saúde gratuitas na ilha são os dois pilares de seu histórico de direitos humanos e descreve todos os dissidentes como mercenários a serviço dos Estados Unidos, país considerado inimigo político.
(Reportagem adicional de Nelson Acosta)