SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de energia renovável Omega Geração (SA:OMGE3) registrou prejuízo líquido de 30,7 milhões de reais no segundo trimestre, impactada por um pior desempenho sazonal de seus ativos eólicos, em resultado 25% inferior às perdas de 24,5 milhões de reais registradas em mesmo período de 2019.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 108,1 milhões de reais no período, com alta de 26% na comparação anual, enquanto o Ebitda ajustado, sem fatores não-recorrentes, foi de 135,4 milhões de reais, alta de 18% ano a ano.
Nos primeiros seis meses de 2020, a elétrica acumula prejuízo de 82,4 milhões de reais, contra 48,5 milhões de reais em perdas entre janeiro e junho de 2019.
"O perfil sazonal dos ativos da Omega significa que, em média, 60% da produção de energia ocorre no segundo semestre", apontou a empresa no balanço, destacando ainda que despesas como operação e manutenção e juros seguem constantes, o que desloca os resultados para a segunda metade do ano.
"Assim, é esperado que o prejuízo reportado no primeiro semestre de 2020 seja mais do que compensado pelo lucro do segundo semestre de 2020", disse a empresa.
A receita líquida da Omega totalizou 201,5 milhões de reais entre abril e junho, estável na comparação anual.
A companhia encerrou junho com 859,2 milhões de reais em caixa, ou 26,4 milhões de reais a menos que a posição ao final do trimestre anterior.
A dívida líquida fechou o período em 3,487 bilhões de reais, ou 3% abaixo do volume ao final de junho do ano passado.
A Omega disse que os ventos na região de seu complexo eólico Delta, no Piauí e Maranhão, melhoraram na comparação com o primeiro trimestre, mas seguiram 22% abaixo da média de 41 anos da região.
Outro complexo eólico da empresa, o de Assuruá, na Bahia, teve performance 15% abaixo das médias históricas.
Chuvas há muito não vistas no Nordeste impactaram negativamente a produção de energia eólica da região na reta inicial de 2020, conforme publicado pela Reuters no final de maio.
EXPANSÃO
A Omega, que anunciou na semana passada a compra de complexos eólicos da Eletrobras (SA:ELET3) no Rio Grande do Sul, disse em seu balanço que a operação diversifica seu portfólio, dado o regime diferenciado de ventos na região Sul.
O negócio envolveu 100% de um lote de usinas e 78% do complexo Santa Vitória do Palmar, e a Omega acrescentou que fechou acordo com a Brave Winds "que poderá levar à aquisição... até o final de junho de 2022" dos 22% adicionais no segundo empreendimento.
"Nosso objetivo é ter alta e crescente previsibilidade de geração e esses novos ativos reduzem nossa incerteza de geração anual", disse a companhia.
A aquisição junto à Eletrobras deve ser fechada até o final de 2020, segundo a Omega.
A empresa disse ainda ter planos para elevar a confiabilidade e a disponibilidade das usinas compradas da Eletrobras, como para cortes de custos e revisão de contratos com fornecedores, além de otimização da estrutura de capital.
Segundo comunicado da Omega, a proposta por 78% de fatia da estatal no Complexo Santa Vitória do Palmar, com 402 MW, foi de cerca de 1 bilhão de reais, considerando assunção de dívida de 577 milhões de reais e pagamento em caixa de 434,5 milhões de reais.
A oferta da Omega pelos ativos envolveu um total de 1,5 bilhão de reais (incluindo dívidas) pelas usinas, em valor com data-base em dezembro de 2018. Os empreendimentos somam 582,8 megawatts em capacidade instalada.
(Por Luciano Costa)