Investing.com - O governo decidiu adiar para a próxima segunda-feira o anúncio sobre a decisão da nova meta fiscal para 2017 e 2018 e deverá confirmar a expectativa de grande aumento no déficit previsto.
O presidente Michel Temer e sua equipe econômica se reuniram nesta quinta-feira com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, para apresentar os números e tentar chegar a uma solução que possa ser aprovada no Congresso.
Na saída da reunião, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que "tudo foi resolvido", mas não forneceu mais detalhes, segundo a Reuters.
A expectativa é que o governo eleve para cerca de R$ 159 bilhões a meta de déficit para este ano, contra os R$ 139 bilhões atuais, para evitar paralisar ministérios, que não tinham espaço no orçamento para suas despesas fixas após o último contingenciamento.
Para o próximo ano, o buraco nas contas públicas poderá ser ainda maior, na casa dos R$ 180 bilhões, apesar de a imprensa ter noticiado um número semelhante aos R$ 159 bilhões deste ano.
O número para 2018 é mais urgente neste momento para o governo do que o do ano corrente, pois o Ministério do Planejamento precisa apresentar até o dia 31 de agosto o Orçamento que será levado ao Congresso. A definição do limite de déficit é essencial para as contas.
Ao longo do dia, a imprensa noticiou diversas iniciativas do governo para tentar controlar o déficit crescente como o adiamento de reajustes ao funcionalismo de janeiro de 2018 para janeiro de 2019, assim como a redução do salário inicial de diversas categorias.
A ampliação da meta de déficit vem semanas depois de o governo decidir elevar fortemente os tributos sobre a gasolina e o diesel, com impacto de cerca de R$ 10 bilhões nas receitas.
Por outro lado, o governo cedeu na negociação com produtores rurais em disputa por débitos previdenciários já resolvidos favoravelmente à União na Justiça e liberou emendas parlamentares na busca por votos para barrar a denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer.
O Congresso também tem limitado as tentativas do Executivo de ampliar as receitas, com a desfiguração completa do novo Refis, que passou a ser um grande desconto para os empresários, e o adiamento para o próximo ano da reoneração da folha.