Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) - O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, incitou o governo do presidente Donald Trump a resolver disputas comerciais, particularmente com a China, dizendo que tarifas impostas por outros países em resposta às políticas comerciais de Trump estão começando a colocar um "ponto vermelho" na economia dos EUA.
Ao mesmo tempo em que concorda com a visão de Trump de que a política dos EUA sobre comércio global precisa ser mais forte, McConnell também expressou preocupações em entrevista à Reuters sobre o impacto de crescentes tensões comerciais, incluindo em seu estado natal de Kentucky.
Trump adotou uma linha dura no comércio desde que se tornou presidente no ano passado, reclamando que os Estados Unidos são tratados injustamente, abandonando alguns acordos comerciais enquanto ameaça sair de outros e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele repetidamente aplicou tarifas em aliados próximos e grandes parceiros comerciais, que retaliaram com tarifas próprias.
"As tarifas estão começando a ter algum impacto de uma forma negativa, então eu espero que nós façamos algum progresso rapidamente em alguma dessas outras frentes, em particular com a China", disse McConnell em uma conversa com jornalistas da Reuters, embora ele tenha dito sobre a economia dos EUA no geral: "Eu acho que é o ponto vermelho".
McConnel, republicano como Trump, disse esperar que o governo evite impor tarifas de até 25 por cento sobre carros e SUVs importados, um assunto que ele notou ter acendido o alerta entre montadoras, incluindo a Toyota Motor Corp (T:7203), que fabrica o Camry em Kentucky.
"Eu espero que nós terminemos em um lugar melhor em breve e não tenhamos que continuar neste caminho" de tarifas adicionais sobre automóveis, disse McConnell.
As políticas de Trump se desviaram da ortodoxia republicana que encampou acordos de livre comércio internacionais. McConnell já havia alertado sobre os possíveis impactos econômicos de tarifas retaliatórias impostas pelos EUA.
Os Estados Unidos impuseram tarifas duras sobre alumínio e aço importados. Em setembro, Trump aplicou tarifas de 10 por cento em outros 200 bilhões de dólares em importações chinesas. A União Europeia impôs tarifas no bourbon produzido no Kentucky, entre outros produtos, enquanto a China passou a cobrar tarifas sobre soja e outros produtos dos EUA.
O gabinete do representante comercial dos EUA notificou o Congresso na véspera sobre planos de iniciar negociações comerciais no início do próximo ano com a União Europeia, Japão e Reino Unido.
(Reportagem de David Shepardson; reportagem adicional de David Morgan, Richard Cowan, Amanda Becker e Patricia Zengerle)