Washington, 4 abr (EFE).- O novo diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, minimizou nesta quarta-feira a importância da guerra comercial aberta contra a China ao assegurar que a imposição de tarifas a 1.300 produtos chineses é apenas uma proposta, embora tenha reconhecido que envia uma "mensagem clara".
"Estas são só as propostas iniciais (...). Duvido que aconteça alguma ação concreta em vários meses; de fato, nada concreto aconteceu ainda. São só propostas, mas a mensagem está clara", disse Kudlow durante uma entrevista concedida à emissora "Fox News".
Em resposta às práticas comerciais "desleais" da China, Washington anunciou que poderia impor tarifas a 1.300 produtos chineses, o que teria um impacto de US$ 50 bilhões, segundo um comunicado divulgado ontem pelo Escritório do Representante de Comércio Exterior (USTR).
Esta lista, que inclui aparelhos de tecnologia de ponta das indústrias aeroespacial e robótica, está agora submetida a um período de comentários públicos de 30 dias antes que as tarifas protecionistas entrem em vigor.
Estes encargos, que se somam aos anunciados por Trump há várias semanas sobre as importações de aço e alumínio, de 25% e 10%, respectivamente, representam um novo passo na escalada de tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Kudlow, que acaba de substituir Gary Cohn no cargo, depois que este renunciou precisamente pelos seus desacordos com Trump sobre a política tarifária da Casa Branca, pediu durante a entrevista que não se "exagere" sobre uma possível guerra comercial contra a China.
A decisão de Washington levou Pequim a anunciar hoje a imposição de novas tarifas de 25% a um total de 106 produtos importados dos Estados Unidos.
"Culpem à China, não culpem Trump", defendeu Kudlow.
Apesar desta última afirmação, o assessor econômico garantiu que a relação entre o presidente americano e seu homólogo chinês, Xi Jinping, é "incomumente boa".
"Ao final de todo o processo, do outro lado do arco íris, há um pote repleto de ouro", prometeu.