HELSINQUE/TALLINN/VIENA (Reuters) - Três autoridades do Banco Central Europeu reafirmaram nesta quarta-feira os planos para reduzir o estímulo monetário, ignorando os dados que mostraram que a economia da zona do euro está desacelerando mais do que esperado.
Ardo Hansson, da Estônia; Olli Rehn, da Finlândia; e Ewald Nowotny, da Áustria, disseram que os decepcionantes números preliminares desta semana para a produção econômica da zona do euro não atrapalharão os planos de aperto monetário do BCE, já que a inflação ainda está em alta.
O BCE disse que vai suspender seu programa de compra de 2,6 trilhões de euros em títulos no final do ano e pode elevar as taxas de juros pela primeira vez desde 2011 em algum momento após o próximo verão (no hemisfério norte).
"Acho que precisaríamos de uma mudança muito material na perspectiva para, de alguma forma, mudar fundamentalmente a perspectiva de política monetária", disse Hansson, presidente do banco central da Estônia, em entrevista coletiva em Tallinn.
O presidente do banco central da Áustria, Nowotny, também não vê necessidade de mudar de rumo da política, já que parte da desaceleração econômica se deve a fatores temporários, afetando, por exemplo, as fabricantes de carros alemãs.
A zona do euro cresceu muito menos do que o esperado no terceiro trimestre e a confiança econômica continuou a cair, mostraram estimativas oficiais na terça-feira.
Mas a inflação na zona do euro acelerou em outubro, dando mais fundamentação para a decisão do Banco Central Europeu de reduzir os estímulos, mesmo com o crescimento desacelerando mais do que o previsto.
"Após uma década de medidas excepcionais, as perspectivas para voltar a um ambiente mais convencional de juros e um balanço mais normal do Eurosistema se fortaleceram lentamente", disse Rehn, presidente do banco central finlandês, em conferência em Helsinque.