Por Stanley White e Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, afirmou que o próximo presidente do banco central precisará de habilidades em inglês para lidar com questões financeiras globais, endossando uma série de notícias da mídia local segundo as quais o presidente atual, Haruhiko Kuroda, será indicado para um raro segundo mandato.
O primeiro-ministro, Shinzo Abe, afirmou que ainda não decidiu quem vai escolher como próximo presidente do banco central, mas refutou os pedidos de um legislador da oposição para substituir Kuroda, dados os problemas que a política de taxa de juros negativa do banco central está infligindo aos bancos comerciais.
"Pesquisas mostram que as atitudes de empréstimo dos bancos a empresas de pequeno e médio porte continuam saudáveis mesmo após a adoção de juros negativos", disse Abe ao Parlamento na terça-feira.
"Eu espero que o Banco do Japão continue a adotar medidas ousadas para alcançar a estabilidade de preços em resposta aos movimentos de preços e à economia", disse ele, destacando as visões dominantes no mercado de que a transição não levará a uma retirada antecipada do estímulo.
Aso disse ao mesmo comitê parlamentar que falar inglês fluente é uma "condição muito importante" para chefiar o banco central, bem como habilidades de comunicação para explicar a política monetária no Parlamento e energia para viajar ao exterior.
Ex-chefe do Banco de Desenvolvimento Asiático, Kuroda é conhecido por falar inglês fluentemente e por ter cultivado profundos contatos com autoridades globais.
Notícias da mídia, confirmadas por uma fonte, disseram que o governo decidiu indicar Kuroda para mais cinco anos como presidente do Banco do Japão quando seu mandato atual terminar em abril. O governo deve apresentar sua indicação ao Parlamento ainda este mês, segundo a fonte.