Por Leika Kihara e Tetsushi Kajimoto
OITA/TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão ampliou os esforços para dissipar as especulações do mercado acerca de um fim antecipado de seu estímulo, reforçando seu plano de compras de títulos nesta quarta-feira e reafirmando que a política monetária continuará expansionista dada a inflação fraca.
O presidente do Banco Central do Japão, Haruhiko Kuroda, e seu vice Kikuo Iwata destacaram que o banco manterá o afrouxamento monetário "poderoso" com a inflação longe de sua meta de 2 por cento.
Iwata responsabilizou a falta de entendimento do mercado sobre a política do banco central pela alta do iene acima do esperado, dizendo que os investidores estão errados em assumir que o Banco do Japão vai elevar os juros em breve.
"Se as condições econômicas mudarem, é importante que o Banco do Japão esteja pronto para ajustar suas metas de rendimento olhando a economia, os preços e os acontecimentos financeiros", disse Iwata.
"Mas não estamos em situação de mudar nossos níveis de meta de rendimento agora e não espero qualquer mudança por equanto."
De acordo com um resumo das opiniões das autoridades do Banco do Japão divulgado nesta quarta-feira, uma delas disse na reunião de janeiro que o aumento nas expectativas do mercado de um iminente fim do afrouxamento monetário seria "indesejável".
A visão cautelosa sobre o cenário da inflação é adotada apesar de sinais de força econômica, com dados nesta quarta-feira mostrando que a produção industrial cresceu em dezembro no ritmo mais rápido em oito meses diante da demanda global forte por bens japoneses.
A inflação fraca e o fortalecimento da economia apresentam um dilema para o Banco do Japão, que é forçado a manter seu programa de estímulo radical apesar de efeitos colaterais como o peso sobre os lucros de bancos devido aos juros de empréstimos baixos demais.
Sinalizando sua determinação em impedir que a alta dos rendimentos dos títulos glonbais eleve os rendimentos das notas japonesas, o Banco do Japão elevou nesta quarta-feira o volume de títulos do governo do país com vencimentos de três a cinco anos que comprará em operações regulares de mercado.