Por Isabel Versiani
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central anunciou nesta quarta-feria uma redução da alíquota do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo de 33% para 31% e informou que a mudança implicará uma redução no recolhimento da ordem de 16,1 bilhões de reais.
A nova alíquota entra em vigor em 1º de julho, com efeitos financeiros a partir de 15 de julho.
"A alteração aproxima mais a alíquota dessa modalidade de recolhimento aos níveis históricos praticados nos anos anteriores à crise de 2008", afirmou o BC em nota.
A redução e a simplificação dos recolhimentos compulsórios --que no Brasil são elevados na comparação com outras economias-- faz parte da agenda de medidas estruturais do Banco Central.
O estoque total de recursos recolhidos compulsoriamente pelos bancos está em 458,6 bilhões de reais, dos quais 249,8 bilhões dizem respeito ao recolhimento sobre recursos a prazo.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem repetidamente dito que o nível de compulsório no Brasil é elevado. No mais recente comentário, no fim de maio, Campos Neto afirmou que havia espaço para redução.
Na ocasião, o presidente do BC também disse que as alterações não tinham objetivo de estimular a economia, apesar de acarretar esse efeito.
Em maio, o BC promoveu mudanças no compulsório com efeito de liberação de 8,2 bilhões de reais ao sistema financeiro.
A última mudança nas alíquotas de compulsório sobre recursos a prazos havia ocorrido em novembro do ano passado, quando o BC diminuiu a taxa de 34% para 33%.
Na prática, o menor recolhimento de compulsório dá amparo para que os bancos possam emprestar maior parcela das suas reservas. A simplificação dos compulsórios também diminui o custo financeiro das instituições.
Na manhã desta quarta-feira, o BC informou que estoque total de crédito no Brasil subiu 0,6% em maio sobre abril, com o crescimento do saldo no ano ainda distante da expansão estimada pela autarquia para 2019.