ROMA (Reuters) - O Banco Central Europeu pode continuar a reduzir gradualmente as taxas de juros sem pôr em risco a atual queda da inflação, disse nesta terça-feira Fabio Panetta, membro do Conselho do BCE e presidente do banco central italiano.
O BCE cortou as taxas pela primeira vez em junho, a partir de seus valores máximos históricos, mas não se comprometeu explicitamente com a continuidade do afrouxamento monetário.
"A redução das taxas oficiais pode prosseguir gradualmente, acompanhando o regresso da inflação em direção ao objetivo, se as tendências macroeconômicas permanecerem em linha com as expectativas do BCE", disse Panetta a banqueiros numa conferência em Roma.
Panetta é amplamente considerado "dove" (ou pombo) na política monetária, em função de sua postura mais moderada.
Ele minimizou as preocupações sobre os preços persistentemente elevados do setor de serviços, dizendo que era normal que seu declínio fosse inferior ao dos preços dos bens, e disse que o crescimento dos salários também deve moderar.
“As subidas anteriores das taxas de juros ainda estão atenuando a demanda, a produção e a inflação, e continuarão a fazer isso nos próximos meses”, disse Panetta.
Na mesma conferência, o Ministro da Economia italiano, Giancarlo Giorgetti, reiterou seu apelo a uma aceleração dos cortes nas taxas de juros.
"Uma nova contração na demanda pode se revelar insustentável e, em qualquer caso, difícil de suportar para economias como a italiana, que precisam respirar", disse Giorgetti.
(Reportagem de Gavin Jones e Giselda Vagnoni)