Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) estima empréstimos de 15 bilhões de reais para o setor de energia elétrica neste ano, dos quais 4,5 bilhões para geração eólica e 3,2 bilhões para transmissão, disse nesta sexta-feira o diretor da área de infraestrutura e governos do banco, Marcos Ferrari.
No ano passado, os desembolsos do banco para energia elétrica somaram cerca de 13,5 bilhões de reais com destaque para o segmento eólico, que recebeu quase 7 bilhões em financiamentos.
"A carteira de energia é a maior parte dos projetos do banco; todo mundo precisa de energia e é um setor bem estruturado do ponto de vista regulatório", disse Ferrari à Reuters.
No primeiro trimestre, os desembolsos do BNDES para infraestrutura somaram 4 bilhões de reais de um total de liberações de 11 bilhões. A área de energia recebeu recursos de 1,6 bilhão, rodovia ficou com 1,1 bilhão e outros 568 milhões foram para transportes auxiliares.
A expectativa do diretor é que ao final desse ano os empréstimos do BNDES para infraestrutura representem cerca de 35 por cento do total. A expectativa para os desembolsos totais em 2018 é de cerca de 70 bilhões de reais.
Ferrari estima que atualmente o prazo para análise do banco de um projeto de infraestrutura gira em torno de 400 dias e a instituição tenta baixar esse período pela metade. "Estamos implantando projetos no banco para ajudar nessa análise (de financiamentos) e isso permitirá aumentar a celeridade", disse ele.
Para conseguir isso, o banco criou uma espécie de força-tarefa para agilizar a análise e aprovação de pedidos de financiamento, batizado de "Sala de Situação".
"Um projeto de infraestrutura não envolve só o banco; envolve Estados, municípios, agência reguladora, órgãos de controle", afirmou Ferrari. "O que tenho feito é reunir todos esse atores, numa mesma sala, num mesmo local, como se fosse um centro integrado", acrescentou.
Ao menos 10 projetos de infraestrutura, já foram incluídos nesse modelo de sala de situação. Um dos projetos a ser contemplado pela força-tarefa é o do metrô de Fortaleza, uma promessa do governo local que está hibernando há anos, desde a época do PAC Mobilidade, dos governos petistas. O novo projeto foi reduzido de 12 para 7 quilômetros, mas a parcela a ser financiada pelo BNDES deve aumentar para incluir material rodante, dormentes, trilhos e outros itens.