Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro compreende a importância do momento para a reforma da Previdência e pretende apresentar uma proposta ao Congresso Nacional o mais rápido possível, disse nesta terça-feira o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros.
Em briefing no hospital Albert Einstein, onde Bolsonaro se recupera de cirurgia para retirada de uma bolsa de colostomia, Rêgo Barros também disse que as possibilidades de reforma serão apresentadas ao presidente e caberá a ele decidir o curso de ação e o momento de apresentação da proposta ao Legislativo.
A reforma da Previdência, uma das principais prioridades do governo, foi um dos temas tratados na reunião de ministros realizada nesta terça em Brasília, acrescentou o porta-voz.
"Os assuntos tratados hoje foram reforma administrativa, ações em apoio à tragédia de Brumadinho e análises sob propostas da Previdência", disse o porta-voz durante o briefing.
"O presidente, em breve, decidirá sobre a linha de ação a ser apresentada ao Congresso", acrescentou Rêgo Barros referindo-se à reforma da Previdência.
O porta-voz afirmou que Bolsonaro está analisando as possibilidades a serem incluídas na proposta de reforma da Previdência a ser enviada ao Congresso "em sinergia com os ministros envolvidos no tema" para só então encaminhar um texto com as propostas de mudanças previdenciárias ao Legislativo.
"O processo decisório de um tema tão relevante exige naturalmente muita análise e --repito-- ponderação. A decisão então será discutida no âmbito daquela Casa, que é a casa dos legisladores, e nós acreditamos que, de forma consensual e democrática, o Congresso vai aprovar a proposta do nosso presidente", disse o porta-voz.
"Ele (Bolsonaro) compreende também a importância do timing com relação a essa apresentação e está trabalhando para que isso possa ser feito no prazo menor possível."
Mais cedo, após a reunião de ministros, o vice-presidente Hamilton Mourão reconheceu existir uma divergência entre Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, no tema da idade mínima. Enquanto o ministro é a favor da mesma idade para homens e mulheres, o presidente entende ser mais adequado uma idade mínima menor para mulheres. Mourão lembrou que a decisão final cabe a Bolsonaro.
Também nesta terça, após reunir-se com Guedes, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a necessidade de uma reforma e disse que, caso o texto a ser enviado seja aprovado na Câmara em maio, a matéria poderá passar pelo Senado até junho ou julho.