Por Tom Miles
GENEBRA (Reuters) - Ao menos 30 refugiados e imigrantes africanos se afogaram na costa do Iêmen nesta semana em uma embarcação operada por contrabandistas que, segundo relatos, atiraram contra os passageiros, informou a Organização das Nações Unidas nesta sexta-feira.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou em comunicado que sobreviventes relataram que o barco lotado com ao menos 101 etíopes e 51 somalis havia saído na terça-feira do distrito de al Buraiqa, em Áden, para Djibuti.
“Acredita-se que o navio era operado por contrabandistas sem escrúpulos que estavam tentando levar refugiados e imigrantes para Djibuti, também tentando extorquir mais dinheiro destes refugiados e imigrantes. O barco virou em meio a relatos de tiros sendo disparados contra passageiros”, segundo comunicado.
Afogamentos de imigrantes entre o Iêmen e o Chifre da África são registrados com frequência muito menor do que na rota entre o Norte da África e Europa, mas o porta-voz da OIM, Joel Millman, disse que 87 mil pessoas arriscaram suas vidas para chegar ao Iêmen no ano passado.
“Há um comércio florescente, não há dúvida”, disse durante entrevista coletiva em Genebra. “Também há uma enorme indústria do tráfico dentro do Iêmen – pessoas ainda seguindo em direção a Estados do Golfo atrás de trabalho. Esta é a razão pela qual muitas delas estão no Iêmen, para mais viagens aos Emirados”.
O Iêmen sofre com a pior crise humanitária do mundo, com guerra, colapso econômico e oito milhões de pessoas na beira da fome.