Arena do Pavini - O brasileiro não consegue se desapegar de uma moedinha. Mas o uso do dinheiro vivo está diminuindo no comércio, com o crescimento do cartão de débito. Os cheques estão em extinção. É o que mostra pesquisa do Banco Central (BC) divulgada hoje. O estudo “O brasileiro e sua relação com o dinheiro” traz a percepção da população e do comércio sobre conservação das cédulas, a forma como armazenam e transportam o dinheiro, meios de pagamento e elementos de segurança das notas.
Realizado periodicamente desde 2005, o estudo atualiza as informações da pesquisa de 2013 e mostra que quase um quinto da população, 19,3%, guarda moedas por mais de seis meses. Além disso, 56,2% usam o dinheiro guardado no cofrinho para compras e pagamentos.
O dinheiro vivo ainda é o meio de pagamento mais utilizado pela população: 96,1% responderam que, além de outros meios, também fazem pagamentos em espécie. Mas o dinheiro de plástico é bem cotado pela população. Na questão, os entrevistados podiam marcar mais de uma opção – 51,5% mencionaram cartão de débito e 45,5%, cartão de crédito.
Até dez reais, dinheiro vivo domina; cheque desaparece
Para compras de até dez reais, 87,9% preferem utilizar dinheiro. Esse índice diminui com pagamentos de maior valor. Para desembolsos de mais de R$ 500,00, a maior parte (42,6%) prefere cartão de crédito. No comércio, 75,8% dos estabelecimentos aceitam pagamentos no débito e 74,1% no crédito. Apenas 16,3% aceitam cheques.
Metade das vendas do comércio é em dinheiro, mas cartão cresce
Segundo o comércio, os pagamentos em dinheiro representam 50% do faturamento, contra 55% em 2013. O cartão de débito aumentou de 14% para 20% sua fatia no fluxo de caixa dos estabelecimentos. Já o uso de cheques diminuiu 2 pontos percentuais, passando para apenas 1%. As vendas feitas em cartão de crédito ficaram estáveis no período, com 25%.
23% já receberam nota falsa
Entre a população, a marca-d’água é o item de segurança mais conhecido, seguido do fio de segurança e da textura da nota. No comércio, a textura ou espessura do papel foi o item mais utilizado para reconhecimento de nota verdadeira , com 48%, seguido pela marca d’água e o fio de segurança. A pesquisa mostra que 23% dos entrevistados declararam já ter recebido uma cédula falsa, o que representa uma redução de 5 pontos percentuais em relação a 2013, que registrou 28%. Daqueles que receberam notas falsas, apenas 28,3% entregaram para análise do Banco Central.
Conferir nota, só as mais altas, e nem todos olham
O hábito de verificar a autenticidade das notas está relacionado ao seu valor. Apenas 8,5% declararam verificar sempre as notas de R$2,00. Já para as notas de R$100,00, o percentual passa para 43,4%. Mesmo para as notas de maior valor, um percentual expressivo não verifica nunca: 39,2% para as de R$50 e 37,7% para as de R$100,00.
Por ser menos utilizada, a cédula de R$ 100,00 é considerada a mais bem conservada tanto pelo comércio quanto pela população.
Por Arena do Pavini