Senado arquiva PEC da Blindagem após rejeição unânime pela CCJ
Por Leika Kihara e Yoshifumi Takemoto
TÓQUIO (Reuters) - A veterana parlamentar japonesa Sanae Takaichi lançou nesta sexta-feira sua candidatura para se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Japão, prometendo gastos estatais e redução de impostos como parte de um plano de crescimento que visa dobrar o tamanho da economia em 10 anos.
Ela e o ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi, são vistos como favoritos na corrida para liderar o Partido Liberal Democrático (PLD), depois que o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, disse que deixará o cargo após uma contundente derrota nas eleições para a Câmara Alta do Parlamento do Japão em julho.
"Nunca neguei a necessidade de consolidação fiscal, que, obviamente, é importante", disse Takaichi, que vem da ala à direita do PLD, no evento de lançamento de sua candidatura.
"Mas o mais importante é o crescimento. Farei do Japão, mais uma vez, uma vigorosa terra do sol nascente."
Ela prometeu financiamento para iniciativas lideradas pelo governo em áreas como inteligência artificial, semicondutores e tecnologia de baterias.
Além disso, ela prometeu créditos fiscais para aumentar o salário líquido, deduções para serviços domésticos e incentivos corporativos para empresas que oferecem creches internas.
Takaichi se apresenta como uma candidata da mudança e, ao mesmo tempo, defende os valores tradicionais, e seu plano representa uma forte mudança em relação à cautela habitual do Japão em relação aos déficits e uma aposta que pode prejudicar os mercados de títulos.
"Haverá muita resistência até mesmo de seu próprio partido em relação ao que eles considerariam irresponsabilidade fiscal", disse Jeffrey Hall, professor da Kanda University of International Studies, que se dedica a questões políticas e sociais no Japão.
"Isso poderia ter impactos imediatos sobre a economia do Japão se ela tentar. Portanto, é algo arriscado."
Em um discurso sobre temas que vão desde a fusão nuclear até a saúde da mulher e a agricultura, Takaichi também prometeu reiniciar as usinas nucleares e criar uma agência nacional de inteligência.
Ela prometeu estabelecer um novo painel para examinar o investimento estrangeiro em setores sensíveis e pediu uma revisão das regras sobre a compra de terras por estrangeiros.
Takaichi, que já atuou como ministra da Segurança Econômica e do Interior, disse que quer fortalecer as Forças Armadas do Japão, mas se recusou a dizer qual parcela do Produto Interno Bruto (PIB) ela quer que seja gasta em defesa.
Ela também se recusou a dizer se continuaria a visitar o polêmico santuário de guerra Yasukuni, em Tóquio, caso vença a disputa pela liderança do partido e seja confirmada como primeira-ministra pelo Parlamento.
Nenhum primeiro-ministro japonês em exercício visitou o santuário por quase duas décadas para evitar incomodar a China, a Coreia do Sul e outros vizinhos asiáticos que o consideram um símbolo da agressão japonesa durante a guerra.
Se for escolhida como primeira-ministra, Takaichi disse que viajaria ao exterior pelo menos uma vez por mês para aumentar o perfil do Japão.
(Reportagem de Leika Kihara, Yoshifumi Takemoto, Makiko Yamazaki e John Geddie)