(Reuters) - A "maior parte" dos 508 casos confirmados de microcefalia ou outras alterações do sistema nervoso central está ligada à infecção pelo Zika vírus, informou o Ministério da Saúde nesta quarta-feira.
Em nota, o ministério explicou que "uma proporção muito pequena desses casos, após seguimento e análises específicas, é confirmada para outras causas" e informou que passará a divulgar os casos confirmados de microcefalia, sem especificação do diagnóstico laboratorial para Zika, "pois esses dados não representam, adequadamente, o número de casos observados (magnitude)".
Mais cedo, o Ministério da Saúde divulgou boletim em que afirma que os casos suspeitos de microcefalia em todo o país subiram para 3.935 ante 3.852 na semana passada, e o número de casos confirmados de má-formação craniana ou outras alterações do sistema nervoso passaram de 462 para 508.
Os casos confirmados de microcefalia ocorreram em 203 municípios de 13 Estados, num momento em que crescem as preocupações no mundo sobre o Zika vírus, que foi relacionado pelo Ministério da Saúde a casos de bebês com microcefalia no país.
Também foram notificados 108 mortes por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação, desses casos 27 tiveram confirmação, de acordo com o ministério.
No total, foram registrados 5.280 casos suspeitos de microcefalia desde o início das investigações no país, em 22 de outubro de 2015, até 13 de fevereiro de 2016, dos quais 837 foram descartados.
O Brasil, país mais afetado pelo Zika, estabeleceu no ano passado a relação entre o vírus e um surto de microcefalia em recém-nascidos, o que aumentou os temores com a doença. Essa relação ainda não foi confirmada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
(Por Paulo Prada e Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)