Pequim, 10 abr (EFE).- A China vai reforçar a proteção dos direitos de propriedade intelectual das empresas estrangeiras para impulsionar a competitividade e abertura de sua economia, anunciou nesta terça-feira seu presidente, Xi Jinping, na sessão inaugural do Fórum de Boao, o "Davos" asiático.
"Uma proteção mais forte dos direitos de propriedade intelectual é o requisito das empresas estrangeiras, e mais ainda das empresas chinesas", afirmou Xi, em discurso onde pediu uma maior abertura da sua economia e o sistema financeiro, onde prometeu criar "um ambiente mais atraente para o investimento".
O Fórum de Boao, que começou no último domingo e será concluído amanhã, é realizado neste ano em um ambiente marcado pela escalada da hostilidade nas relações comerciais entre China e Estados Unidos, provocada pela recente imposição de tarifas pelo presidente americano Donald Trump e a posterior resposta chinesa.
Embora Xi não tenha feito menção direta ao protecionismo de Trump, ele lembrou que a "mentalidade da Guerra Fria está agora mais fora de lugar do que nunca" e que "somente o desenvolvimento pacífico pode dar resultados beneficentes para todos".
"Abertura ou isolamento, progresso ou retrocesso. A humanidade tem uma grande decisão que tomar", sentenciou.
O presidente afirmou que Pequim se alinhará com as regras do comércio internacional, aumentará a transparência, aplicará as leis, promoverá a concorrência e se oporá ao monopólio.
Neste sentido, será instaurado este ano um Escritório Estatal de Propriedade Intelectual, que garantirá pelo cumprimento da lei, tornará as penas para aqueles que não cumprirem e promoverem a transferência tecnológica entre empresas nacionais e internacionais.
Nos primeiros seis meses do ano, o governo concluirá a revisão da lista negra de setores em que limita o investimento e, além disso, eliminará os "obstáculos sistemáticos" que dificultam a correta alocação de ativos.
Além disso, Xi anunciou que o país aumentará seu volume de importações e reduzirá as tarifas sobre a compra de veículos estrangeiros e de outros produtos do exterior, com o objetivo de equilibrar sua balança comercial que mostra um alto superávit.
Quanto ao setor financeiro, o presidente avançou com medidas para avançar sua liberalização, algo que considera "estratégico" para promover o desenvolvimento, e afirmou que um ambiente mais atrativo será criado para atrair investimentos do exterior.