Por Ryan Woo e Adam Jourdan
PEQUIM/XANGAI (Reuters) - A China pressionou os Estados Unidos nesta sexta-feira a "retroceder" uma vez que os planos do presidente norte-americano, Donald Trump, de adotar tarifas de até 60 bilhões de dólares sobre bens chineses deixaram as duas maiores economias do mundo mais perto de uma guerra comercial.
O aumento das tensões provocou tremores nos mercados financeiros, com os investidores prevendo desastrosas consequências para a economia global se barreiras comerciais começarem a ser levantadas.
Trump está planejando impor tarifas para o que ele chama de apropriação indevida de propriedade intelectual dos EUA. Uma investigação foi aberta no ano passado segundo a Seção 301 do Trade Act dos EUA de 1974.
"A China não espera estar em uma guerra comercial, mas não tem medo de entrar em uma", respondeu o Ministério do Comércio em comunicado.
"A China espera que os Estados Unidos retroceda, tome decisões prudentes, e evite arrastar as relações comerciais bilaterais para um lugar perigoso."
Segundo um memorando presidencial assinado por Trump na quinta-feira, haverá um período de consulta de 30 dias que só começa quando uma lista de bens chineses for publicada. Isso cria na prática espaço para potenciais negociações em relação às alegações de Trump sobre roubo de propriedade intelectual e transferências forçadas de tecnologia.
Embora a Casa Branca tenha dito que as tarifas planejadas são uma resposta à "agressão econômica" da China, Trump afirmou ver a China como "um amigo" e que os dois lados estão em negociações.
Uma autoridade do Ministério do Comércio chinês afirmou que ambos os lados estão em contato. Ainda assim, não está claro sob quais termos os dois países estão dispostos a negociar.