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Após reconhecer conexão entre pedido de Trump e retenção de ajuda à Ucrânia, chefe de gabinete recua e nega troca de favores

Publicado 17.10.2019, 20:28
Após reconhecer conexão entre pedido de Trump e retenção de ajuda à Ucrânia, chefe de gabinete recua e nega troca de favores

Por Jeff Mason e Karen Freifeld

WASHINGTON (Reuters) - Após reconhecer mais cedo nesta quinta-feira que a retenção determinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de 391 milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia estava ligada ao seu pedido para que os ucranianos investigassem uma alegação --desmascarada como uma teoria da conspiração-- sobre a eleição de 2016 nos EUA, o chefe de gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney, negou que tivesse havido troca de favores.

Autoridades ligadas a Trump e a seu governo negaram por semanas que exigiram um "quid pro quo" - frase em latim que significa uma troca de favores - para entregar a ajuda dos EUA, parte essencial de uma controvérsia que desencadeou uma investigação de impeachment na Câmara dos Deputados contra o presidente republicano.

Mas Mick Mulvaney, chefe de gabinete interino da Casa Branca, reconheceu em um briefing realizado mais cedo com repórteres que a ajuda dos EUA - já aprovada pelo Congresso - foi retida em parte pelas preocupações de Trump sobre um servidor de computador do Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês) supostamente na Ucrânia.

"Tenho notícias para todos: superem isso. Haverá influência política na política externa", afirmou Mulvaney, acrescentando que "não há dúvida" de que o servidor do DNC foi uma das razões que levaram a Casa Branca a adiar o fornecimento de recursos à Ucrânia.

Posteriormente, no entanto, Mulvaney voltou atrás na declaração que havia dado e negou a ocorrência de uma troca de favores.

"Deixe-me ser claro, não houve absolutamente quid pro quo entre a ajuda militar à Ucrânia e qualquer investigação sobre a eleição de 2016... Não houve qualquer condição sobre o fluxo de ajuda relacionado à questão do servidor do DNC", disse Mulvaney.

Em uma ligação telefônica de 25 de julho, Trump pediu ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, um "favor" de examinar o servidor e a empresa de segurança cibernética CrowdStrike, da Califórnia, que foi contratada pelo DNC em 2016 para investigar invasão de e-mails democratas que mais tarde determinou-se que foi feita pela Rússia.

Trump também pediu a Zelenskiy que investigasse um oponente político, Joe Biden, e o filho de Biden, Hunter Biden, que havia atuado como diretor de uma empresa de energia ucraniana.

Zelenskiy concordou durante o telefonema em realizar a investigação que Trump buscava. Mais tarde, a ajuda dos EUA foi fornecida à Ucrânia.

Biden, ex-vice-presidente dos EUA nos governos de Barack Obama, é o principal democrata na disputa para desafiar Trump na eleição presidencial norte-americana marcada para o ano que vem.

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