Por Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - Negociadores norte-americanos estão se preparando para pressionar a China na próxima semana sobre antigas exigências na forma como o país trata a propriedade intelectual de empresas norte-americanas, para tentar selar um acordo comercial que pode impedir o aumento de impostos sobre as importações chinesas em território dos Estados Unidos.
Uma nova rodada de negociações começará na China na próxima segunda-feira. A última rodada de conversas, ocorrida em Washington na semana passada, terminou sem um acordo e com o principal negociador norte-americano dizendo que ainda há trabalho a ser feito antes de um pacto ser firmado entre as duas maiores economias do mundo.
Uma autoridade da Casa Branca disse na sexta-feira que está se preparando para negociações que pressionariam Pequim e realizar reformas estruturais.
Por meio de comunicado, a Casa Branca anunciou um cronograma para as conversas de Pequim. Ela informou que autoridades de patente mais baixa se encontrarão na segunda-feira, lideradas do lado norte-americano pelo vice-representante de Comércio dos EUA, Jeffrey Gerrish.
As negociações da alta cúpula ocorrerão na quinta e sexta-feiras, com a presença do Representante Comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e do Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Lighthizer, indicado por Trump para liderar o processo após uma trégua de 90 dias na guerra comercial com Pequim, tem defendido pressionar a China a realizar reformas e encerrar o que os Estados Unidos veem como práticas comerciais injustas de roubo de propriedade intelectual e a obrigação de que empresas norte-americanas compartilhem suas tecnologias com as chinesas. A China, porém, nega realizar tais práticas.
“Os Estados Unidos são um grande produtor de tecnologia, inovação, know-how e segredos comerciais. E temos que operar m um ambiente no qual essas coisas estejam protegidas”, disse Lighthizer na semana passada, após as conversas ocorridas em Washington.
“De forma alguma estou prevendo sucesso (nas negociações). Há muito trabalho a ser feito ainda”, afirmou.
Ambos os lados tentam desenhar um acordo antes do prazo de 1º de março, quando impostos norte-americanos sobre as importações chinesas na faixa dos 200 bilhões de dólares devem subir de 10 para 25 por cento.
O Ministério do Comércio da China disse neste sábado em comunicado que os dois países terão discussões “mais profundas sobre temas de preocupação conjunta” com base no que foi discutido em Washington, mas não deu mais detalhes.
O embaixador chinês nos EUA, Cui Tiankai, disse em Michigan, na sexta-feira, por meio da agência de notícias oficial Xinhua, que um método de “jogo de soma zero” não é construtivo para os laços entre as nações.
De acordo com Cui, empresas de ambos os lados devem competir e cooperar com as outras: “A história real dos negócios não é tão preto no branco”.