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Investing.com – Os futuros das ações nos Estados Unidos operavam próximos à estabilidade nesta quarta-feira, com os comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e os resultados da Micron em destaque.
Powell manteve postura não comprometida em relação à trajetória dos juros, enquanto as perspectivas seguem afetadas por indicadores fracos do mercado de trabalho e pela inflação ainda elevada.
Já a fabricante de semicondutores apresentou projeções acima das estimativas, apoiada pela demanda de desenvolvedores de inteligência artificial por chips de memória.
No Brasil, os investidores devem repercutir os dados sobre confiança dos consumidores em setembro, que fornece mais informações sobre a atividade econômica e possíveis desafios para a política monetária no país.
1. Futuros estáveis
Os contratos futuros de Wall Street mostravam variações contidas nesta quarta-feira, em meio à avaliação das declarações de Powell e à reação ao balanço da Micron.
Às 7 h de Brasília, o futuro do Dow Jones permanecia praticamente estável, o S&P 500 avançava 9 pontos (+0,1%) e o Nasdaq 100 subia 64 pontos (+0,3%).
Na véspera, os principais índices encerraram em queda, interrompendo uma sequência de três pregões consecutivos de recordes históricos.
As ações da Nvidia, referência no setor de inteligência artificial, recuaram após ganhos expressivos na segunda-feira, quando foi anunciado um investimento de US$ 100 bilhões na OpenAI, criadora do ChatGPT. A correção pesou especialmente sobre o Nasdaq Composite.
Já os papéis da Boeing avançaram, sustentados pela notícia de um pedido de US$ 8 bilhões feito pela Uzbekistan Airways.
2. Comentários de Powell sobre política monetária
O foco principal da terça-feira foi a fala de Powell, feita poucos dias após o Fed reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base e sinalizar espaço para novos cortes.
O dirigente evitou dar sinais claros sobre o ritmo das próximas decisões, destacando que o banco central precisa equilibrar a desaceleração do emprego com a inflação ainda persistente.
Na teoria, cortes de juros podem estimular contratações e investimentos, mas também trazem o risco de reacender pressões sobre os preços.
Powell ressaltou que não existe alternativa “isenta de riscos” para a autoridade monetária, enquanto investidores seguem precificando possíveis reduções adicionais em outubro e dezembro.
Os comentários também indicaram que os próximos encontros do Fed deverão trazer debates intensos. Outros dirigentes reforçaram posições divergentes ao longo da terça-feira, defendendo tanto maior cautela quanto maior flexibilização.
3. Perspectiva da Micron supera estimativas
No pré-mercado em Nova York, as ações da Micron subiam após a empresa registrar um trimestre de forte crescimento, impulsionado pela demanda aquecida por memória DRAM e NAND.
O CEO Sanjay Mehrotra afirmou em teleconferência que a procura superou expectativas e que o fornecimento segue restrito, ao passo que a perspectiva para 2026 é de demanda “saudável” por DRAM.
A empresa projetou lucro ajustado de US$ 3,75 por ação no trimestre atual, com receita estimada em US$ 12,5 bilhões, dentro de uma faixa de variação de US$ 300 milhões. O consenso do mercado era de US$ 3,10 por ação e US$ 11,91 bilhões em receita.
A Micron informou ainda que pretende ampliar investimentos no setor de semicondutores dos EUA para US$ 200 bilhões, com desembolsos de cerca de US$ 4,5 bilhões já neste trimestre.
No trimestre encerrado em agosto, as vendas para o segmento de memória em nuvem triplicaram, alcançando US$ 4,5 bilhões, o que contribuiu para elevar a receita consolidada em 46%, para US$ 11,32 bilhões, acima do esperado.
4. Ouro estabiliza próximo ao pico histórico
O ouro manteve estabilidade, negociado próximo às máximas recentes, à medida que os comentários de Powell reforçaram cautela sobre crescimento, inflação e trajetória dos juros.
A expectativa de novos cortes até o fim de 2025 tem sustentado o metal, já que taxas mais baixas aumentam a atratividade de ativos sem rendimento. Investidores também monitoram indicadores econômicos que serão divulgados ainda nesta semana, em busca de sinais adicionais sobre atividade e preços.
A escalada das tensões geopolíticas reforçou ainda mais a percepção do ouro como ativo de proteção.
O ouro à vista subia 0,3%, para US$ 3.775,56 a onça, enquanto os contratos futuros recuavam 0,2%, para US$ 3.807,92 a onça, no momento da redação.
5. Confiança do consumidor no Brasil
No calendário econômico local, os investidores avaliam a divulgação do índice de confiança dos consumidores de setembro, medido pela Fundação Getulio Vargas.
De acordo com o relatório recém-divulgado, o indicador avançou 1,3 ponto em setembro, para 87,5, atingindo o maior nível desde dezembro de 2024, puxado pela melhora das expectativas, enquanto a percepção sobre a situação atual recuou.
O Índice de Expectativas subiu 3,7 pontos, para 91,8, com destaque para a alta do indicador de situação econômica futura, que recuperou as perdas recentes, e para o avanço da situação financeira futura das famílias.
Já o Índice de Situação Atual caiu 2,5 pontos, refletindo piora tanto na avaliação da economia quanto das finanças pessoais.
Segundo o FGV IBRE, a combinação de mercado de trabalho aquecido e inflação em queda reduziu o pessimismo dos consumidores, mas o elevado endividamento e a inadimplência ainda limitam uma recuperação mais consistente da confiança.