Por Naomi Tajitsu e Maki Shiraki
TÓQUIO (Reuters) - Um tribunal do Japão rejeitou a tentativa de promotores de manter na prisão o ex-presidente da Nissan Motor, Carlos Ghosn, ao determinar que o executivo pode ser liberado com o pagamento de uma fiança de 8,9 milhões de dólares após mais de 100 dias preso.
O Tribunal Distrital de Tóquio, que mais cedo concedeu a fiança a Ghosn, disse nesta terça-feira que rejeitou uma apelação dos promotores que buscavam mantê-lo preso até seu julgamento por improbidade financeira.
A decisão representa uma vitória para a equipe legal de Ghosn em seu terceiro pedido de fiança. Ele deve deixar o centro de detenção em Tóquio, onde esteve pelos últimos três meses, na quarta-feira. O tribunal aceitou as garantias dos advogados de defesa de que Ghosn se submeteria a uma vigilância intensa.
A soltura permitirá que Ghosn --arquiteto da parceria da Nissan com a francesa Renault-- se reúna com seus advogados frequentemente e prepare uma defesa antes do julgamento. Ele é acusado de quebra de confiança agravada e de ter informado valores inferiores aos da compensação de 82 milhões de dólares recebida da Nissan durante quase uma década.
Se for condenado por todas as acusações, ele pode passar até uma década na prisão. O ex-presidente da Nissan, Renault e Mitsubishi Motors negou qualquer irregularidade.
A Nissan não quis comentar a decisão da fiança, que veio um dia depois de a nova equipe legal de Ghosn dizer que ele estava esperançoso de ser libertado com a promessa de seu submeter à vigilância.
(Reportagem adicional de Linda Sieg e Tim (SA:TIMP3) Kelly)