Por Karolos Grohmann
(Reuters) - A pressão sobre o presidente da Associação Alemã de Futebol (DFB), Wolfgang Niersbach, aumentou nesta quarta-feira, depois que uma operação da promotoria na sede da entidade em relação a um pagamento feito à Fifa pelo comitê organizador da Copa do Mundo de 2006 chocou o país.
Mais de 50 policiais e promotores fizeram uma operação na sede da DFB, na terça-feira, assim como nas residências de Niersbach e de outros dirigentes, em busca de provas que possam sustentar as suspeitas, levantadas pelo procurador-geral da cidade de Frankfurt, de que o presidente, durante seu período como vice-presidente do comitê organizador da Copa de 2006, e dois outros ex-colegas do organismo não tenham pago impostos de uma transferência polêmica à Fifa em 2005.
No centro da investigação está um pagamento de 6,7 milhões de euros da DFB à Fifa que a revista Der Spiegel afirmou ser a devolução de um empréstimo concedido pelo então diretor-executivo da Adidas, Robert-Louis Dreyfus, para ajudar a comprar votos para a campanha de 2000 na qual o Mundial foi concedido à Alemanha.
"Será que Niersbach pode continuar no cargo?", indagou o jornal Bild. "A DFB precisa agir", escreveu o diário Frankfurter Allgemeine Zeitung.
A reportagem de outubro da Der Spiegel sustentava que um fundo secreto foi criado com apoio financeiro de Louis-Dreyfus para comprar apoio para a ambição alemã de sediar a Copa. Tanto a DFB quanto Niersbach, assim como o presidente do comitê organizador, o ex-jogador Franz Beckenbauer, repudiaram a acusação de compra de votos feita pela Der Spiegel.
Mas Niersbach afirmou haver uma investigação interna em andamento para se descobrir por que o valor foi pago à Fifa e para que foi usado. Indagado em uma coletiva de imprensa no dia 22 de outubro por que a DFB pagou tal montante à Fifa, Niersbach respondeu: "Não sei". A Fifa também está investigando as alegações.
Políticos alemães estão exigindo explicações e exortando a DFB a abrir o jogo. "Esta é a maneira certa de trazer luz para a escuridão", disse Dagmar Freitag, líder do comitê parlamentar do esporte. Niersbach, entretanto, não se pronuncia desde a operação de terça-feira.