Depois de cerca de uma hora reunida com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na casa dele, em São Bernardo do Campo (SP), a presidenta Dilma Rousseff deixou o local de carro, por volta das 14h30 deste sábado (5), sem falar com a imprensa ou com os manifestantes que se aglomeravam desde cedo em frente ao prédio.
Os militantes se reuniram no local para manifestar apoio ao ex-presidente, que ontem (4) foi conduzido coercitivamente à sede da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas (SP), para prestar depoimento.
Antes de deixar o local, Dilma apareceu na sacada do apartamento de Lula, de onde acenou para as pessoas. Mais tarde, a presidenta desceu até a portaria do prédio de onde voltou a acenar e cumprimentar as pessoas.
Todos serenos
O deputado Vicentinho (PT-SP), que acompanhou o encontro entre Dilma e Lula, disse à Agência Brasil que a conversa foi mais no "sentido de um abraço", estavam todos serenos. Segundo o parlamentar, em determinado momento, Dilma disse a Lula: "presidente, você é muito importante para o nosso país e o nosso povo."
Ao deputado, Lula disse: "Vicentinho, estou cada vez mais animado para a luta, para defender meus direitos e para defender meu país." De acordo com Vicentinho, Lula e Dilma não conversaram sobre os acontecimentos de ontem.
Também participaram do encontro entre a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, os prefeitos de Santo André, Carlos Grana, de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e de Cubatão, Márcia Rosa, e o ministro Jaques Wagner, chefe da Casa Civil da Presidência da República. Após o encontro com Lula, estava prevista a ida de Dilma para Porto Alegre, onde passará o fim de semana.
Após a saída de Dilma, a Avenida Francisco Prestes Maia, que estava bloqueada em um dos sentidos, por causa da aglomeração dos manifestantes, foi totalmente liberada.
Lula e manifestantes
Em frente ao prédio de Lula, manifestantes apoiam o ex-presidenteElaine Patricia Cruz/Agência Brasil
Antes da chegada da presidenta ao apartamento de Lula, o ex-presidente desceu do prédio de surpresa e foi cumprimentar os manifestantes na rua. Lula abraçou alguns militantes e tirou fotos com eles.
Um carro de som foi levado até o local para que Lula discursasse, mas ele preferiu não falar, alegando que o prédio onde mora fica ao lado de um hospital.
Segundo os organizadores da manifestação, cerca de 1 mil pessoas participam da vigília em frente à casa de Lula. A Polícia Militar estimou o público em 250 pessoas.