BRASÍLIA (Reuters) - O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou nesta sexta-feira que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, apoiou sua possível indicação para ser embaixador em Washington e que deve ter uma conversa final com seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, até domingo.
"Pretendo até domingo conversar com o presidente para podermos ter uma conversa mais franca e com mais definições", disse Eduardo ao sair de um encontro com Araújo, na manhã desta sexta, no Itamaraty.
A informação de que Eduardo poderia ser o embaixador nos Estados Unidos foi confirmada pelo próprio presidente em entrevista na quinta. Nesta sexta, em uma live no Facebook, Bolsonaro voltou a dizer que a única coisa que falta é o sim de seu filho.
O Planalto já fez inclusive consultas jurídicas para saber se a indicação poderia ser enquadrada como nepotismo, mas concluiu que uma decisão do STF, que deixa fora da regra indicações políticas, permitiria a nomeação.
Ao ser questionado sobre isso, Eduardo defendeu também seu currículo. Disse não ser apenas "um filho de deputado que vindo do nada" iria ser nomeado embaixador.
"Tenho um trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, tenho uma vivência pelo mundo, já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos EUA, no frio do Maine, no frio do Colorado, aprimorei meu inglês, vi como é o trato receptivo do americano com os brasileiros", defendeu.
"Então é um trabalho que pode ser desenvolvido. Precisaria contar com a ajuda dos colegas do Itamaraty, os diplomatas, porque vai se um desafio grande, mas acho que tem tudo que dar certo."
Se for confirmada sua indicação, Eduardo tem que passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado e ser aprovado na comissão em uma votação secreta e, depois, pelo plenário, também em votação secreta.
Questionado se teria apoio dos parlamentares, o deputado disse acreditar que sim. Citou para isso o fato de, na noite de quinta, ao ter sua indicação criticada na Câmara por uma deputada da oposição, outros parlamentares terem passado a gritar seu nome no plenário.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu; Edição de Alexandre Caverni)