Por Marcelo Silva
Investing.com - A apreensão da classe política com a quebra do sigilo das delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht será assimilada pelos investidores nesta quarta-feira. A decisão do comitê de política monetária (Copom) do banco central também deve concentrar as atenções dos agentes locais.
Após o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), liberar decisão sobre a abertura de inquéritos de quase 100 políticos aumentam as preocupações do governo do presidente Michel Temer sobre o andamento das reformas. O temor deve afetar o humor de quem opera no Ibovespa.
A lista de Fachin inclui oito ministros do governo Temer, 24 senadores e 42 deputados federais. O vazamento da lista, divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo, foi suficiente para azedar o humor dos investidores na sessão anterior e deve ter o mesmo efeito no pregão de hoje.
Após a divulgação da lista, a votação da renegociação das dívidas dos estados, que foi adiada pela quarta vez na terça-feira, deve ficar apenas para a próxima semana.
Também estará no radar dos agentes domésticos a decisão do Copom. A expectativa é que a taxa básica de juros passe de 12,25% para 11,25%.
No ambiente corporativo, destaque para a informação da Bloomberg de que o empresário Nelson Tanure procura parceiros para aportar US$ 2 bilhões na Oi (SA:OIBR4).
Da cena internacional, as tensões geopolíticas entre Estados Unidos e Rússia continuam no radar dos agentes domésticos. O presidente russo Vladimir Putin alertou que o nível de confiança da Rússia nos Estados Unidos se deteriorou, enquanto o presidente norte-americano Donald Trump o acusou de estar apoiando o líder sírio Bashar Al-Assad.
A queda das bolsas chinesas e dos preços do minério de ferro nos mercados internacional também será digerida pelos investidores locais.