Washington, 3 fev (EFE).- A presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Janet Yellen, deixa formalmente o cargo neste sábado, no qual será substituída por Jerome Powell, com satisfação pelo bom estado da economia, embora tenha reconhecido que gostaria de cumprir outro mandato à frente da instituição.
Yellen deixa o banco central americano depois que o presidente Donald Trump decidiu não indicá-la para um novo mandato e escolheu Powell, membro do Fed desde 2012, para seu lugar.
"Gostaria de ter podido ajudar um mandato mais e deixei isso claro, assim que posso fizer que fiquei decepcionada quando não fui escolhida para continuar", declarou ontem à noite durante seu último dia de trabalho à emissora pública "PBS", em uma das poucas entrevistas que concedeu no cargo.
Mesmo assim, ressaltou sua satisfação pela boa saúde com a qual se encontra a economia dos EUA, após seus quatro anos como presidente do organismo.
"Me sinto muito bem sobre a economia, acredito que as coisas têm uma perspectiva forte", disse a primeira mulher a dirigir o banco central com mais de um século de história.
A taxa de desemprego fechou o mês de janeiro em 4,1%, em níveis não vistos desde 2000; e a inflação começou a subir até o objetivo anual do organismo de 2%.
Sobre o futuro da política monetária, Yellen indicou que "o Fed se encontra imerso em uma via de altas de taxas de juros gradativas e, se as condições econômicas continuarem como até agora, é provável que o processo siga".
O banco central americano elevou o preço do dinheiro em três ocasiões em 2017, até a categoria atual de entre 1,25% e 1,5%, e se espera que faça três aumentos adicionais ao longo de 2018.
O próprio Powell já assinalou sua intenção de prosseguir com o caminho marcado por sua predecessora e assegurar uma "transição suave".
Yellen, de 71 anos, foi designada para o cargo em 2014 pelo ex-presidente Barack Obama.
Apesar de Trump reconhecer seu trabalho e garantir que gostava dela, decidiu substitui-la por Powell, de 64, algo que justificou por precisar ressaltar a mudança de governo com um novo rosto à frente da instituição.
Yellen ficará em Washington para trabalhar no centro de estudos Brookings Institution, um dos mais prestigiados da capital americana, e onde encontrará seu antecessor à frente do Fed, Ben Bernanke.