Empresários brasileiros cogitam até 15 meses sem comércio com EUA

Publicado 04.09.2025, 09:52
© Reuters Empresários brasileiros cogitam até 15 meses sem comércio com EUA

Parte do setor industrial brasileiro cogita passar de 12 a 15 meses sem comércio com os Estados Unidos em razão do tarifaço, conforme apurou o Poder360. A possibilidade foi aventada em especial sobre setores afetados pela tarifa cheia de 50%. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia usar a Lei da Reciprocidade Econômica.

Há uma missão empresarial liderada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em Washington D.C. que busca reverter ou pelo menos atenuar os efeitos das taxas sobre a indústria brasileira. Setores como o de siderurgia, café, frigoríficos, calçados e pesca estão entre os sobretaxados em 50%.

Há a esperança de alguns destes segmentos de entrarem em uma lista de exceções e evitar que essa interrupção prolongada nas exportações ao país norte-americano se concretize, segundo apurou este jornal digital. Isso se daria por interesse de projetos nos EUA.

Nesta 4ª feira (3.set.2025), houve uma audiência pública do USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) para tratar da investigação aberta pelo órgão com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que permite apurar se práticas de outros países são injustas, discriminatórias ou restritivas ao comércio norte-americano.

O consultor da CNI e ex-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), embaixador Roberto Azevêdo, declarou durante a reunião que o Brasil não prejudica “deliberadamente” os Estados Unidos. Segundo ele, também não foram adotadas políticas que restringissem o comércio norte-americano.

Dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) mostram que a relação comercial entre os países, desde 2009, é deficitária para o Brasil e superavitária para os EUA, como mostra o infográfico abaixo:

CNI QUER NEGOCIAR

O presidente da CNI, Ricardo Alban, disse nesta 4ª feira (3.set) buscar assegurar uma mesa de negociação com os Estados Unidos. “Que a gente possa trilhar um caminho de convergências dos entendimentos e das explicações”, declarou.

O empresário está na capital norte-americana. “Estamos vivendo um momento bem peculiar, onde se pode ter escalonamentos que têm a ver muito mais com as questões políticas e geopolíticas”, afirmou.

A situação envolvendo o etanol seria um item a entrar na mesa de negociação, segundo Alban. “Somos os 2 maiores produtores de etanol do mundo, e que hoje o etanol é uma grande matéria, um grande insumo para a produção do SAF [sigla em inglês para Combustível Sustentável de Aviação]”, disse.

A CNI chegou a contratar o escritório especializado em lobby Ballard Partners na tentativa de reverter o tarifaço. Quem está à frente é o advogado Brian Ballard, próximo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano).

O lobby é uma atividade regulamentada no país norte-americano. Em 2016, Ballard participou da campanha presidencial de Trump ao ajudar na captação de recursos.

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