PEQUIM/DONGGUAN (Reuters) - O valor dos pedidos de exportação para os Estados Unidos assinados na maior feira comercial da China caiu 30,3 por cento no ano, disseram os organizadores, já que as tarifas de importação dos EUA aumentaram os custos das baterias para os tratores agrícolas.
A queda acentuada nos negócios com o maior parceiro comercial da China na feira de Canton, que ocorre duas vezes ao ano, e terminou no domingo, aponta para o aumento de ventos contrários para as exportações, um fator-chave para o crescimento.
Os expositores da feira disseram que estavam pessimistas quanto às perspectivas de exportação para o ano que vem, à medida que os custos da matéria-prima e do trabalho aumentaram, além do crescente impacto do atrito comercial com os Estados Unidos, informou o Centro de Comércio Exterior da China (CFTC).
Os Estados Unidos impuseram tarifas adicionais de 10 a 25 por cento sobre 250 bilhões de dólares em mercadorias chinesas neste ano, como punição pelo que chama de práticas comerciais desleais do país, com as tarifas de 10 por cento chegando a 25 por cento no final do ano.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, devem se reunir antes da cúpula do Grupo dos 20 líderes na Argentina no final de novembro.
Se a reunião deles não produzir nenhum progresso na resolução da disputa, pode-se esperar que Trump imponha mais tarifas, afetando ainda mais as perspectivas de exportação já desgastadas da China.
"Nós vimos com o governo Trump até agora que as coisas podem mudar da noite para o dia e isso pode dificultar muito o planejamento", disse Tara Joseph, presidente da Câmara Norte-americana de Comércio.
Na indústria, os pedidos de exportação de têxteis e eletrodomésticos caíram 13 e 6,7 por cento, respectivamente, segundo o comunicado da CFTC.
Os acordos globais de exportação da maior feira da China caíram 1 por cento, para 206,5 bilhões de iuanes (29,86 bilhões de dólares).
As encomendas de exportação para a Austrália e Canadá caíram 8,9 e 7,3 por cento, respectivamente, na feira realizada na província de Guangdong, sul do país.
As encomendas para o Japão, nações da Asean, Brics e Coreia do Sul aumentaram no ano, com o Japão liderando o aumento, com um salto de 74,4 por cento.