Por Malcolm Foster e Michael Martina
TÓQUIO (Reuters) - As preocupações com o comércio, conflitos globais e petróleo vão dominar a cúpula do grupo das 20 maiores economias no Japão neste fim de semana, com foco voltado para um encontro entre os líderes dos Estados Unidos e da China para retomada das negociações comerciais entre os dois países.
Donald Trump e Xi Jinping se encontrarão pela primeira vez em sete meses para discutir a deterioração dos laços entre as duas maiores economias do mundo. Mas as perspectivas de progresso parecem escassas, já que nenhum dos dois lados cedeu depois que as negociações foram interrompidas em maio.
Muitos membros do G20 têm interesse na resolução da disputa entre as duas economias, visto que o conflito interrompeu as cadeias de fornecimento globais, desacelerou o crescimento mundial e provocou expectativas de corte de juros e outras medidas de estímulo por parte dos bancos centrais do grupo.
Mas alguns expressaram inquietação quanto ao fato de que a disputa comercial possa ofuscar os esforço para enfrentar questões internacionais urgentes.
O confronto entre EUA e China é "sério", mas não deveria "tomar o multilateralismo como refém", disse uma autoridade do gabinete do presidente francês Emansee, Emmanuel Macron.
Trump chegará a Osaka apenas uma semana depois de cancelar um ataque aéreo de retaliação contra o Irã depois da derrubada de uma aeronave norte-americana não tripulada. A ameaça de um conflito no Oriente Médio elevou os preços globais do petróleo.
Os líderes da Rússia e da Arábia Saudita, ambos membros do G20, também participarão da cúpula de dois dias que começa na sexta-feira, antes da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em 1º e 2 de julho para discutir a política de fornecimento de petróleo.
Os mercados financeiros se recuperaram desde que Trump e Xi conversaram por telefone na semana passada e concordaram em se reunir em Osaka para retomar as negociações comerciais que entraram em colapso no começo de maio, depois que os Estados Unidos acusaram a China de voltar atrás com suas promessas.
Os dois lados impuseram tarifas sobre centenas de bilhões de dólares de importações um do outro em uma guerra comercial que já dura quase um ano, mesmo durante as tratativas para tentar fechar um acordo comercial.