Por Anthony Esposito
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O presidente do banco central do México, Alejandro Diaz de Leon, disse na terça-feira que a inflação pode não cair conforme previsto por causa dos choques recentes e futuros, adotando uma postura cautelosa que pode indicar a manutenção ou mesmo a elevação dos juros.
Em sua primeira entrevista depois de ter sido nomeado para substituir Agustín Carstens na terça-feira, Diaz de Leon alertou que a perspectiva de inflação deteriorou nos últimos meses, citando a posição de política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, além do mercado de trabalho apertado do México.
Ele disse à Reuters que o principal desafio do banco central mexicano é fazer com que a inflação volte para a meta de 3 por cento, após ficar acima de 6 por cento neste ano.
A inflação subiu inesperadamente em novembro, depois de cair da máxima de 16 anos em agosto. O peso mexicano se enfraqueceu fortemente em outubro, com preocupações de que os EUA podem acabar com um acordo de livre comércio com o México.
Diaz de Leon, de 47 anos e que estudou em Yale, enfatizou que a política monetária será determinada por dados, afirmando que o conselho do banco central vai se focar nas informações mais recentes, até o dia dos encontros, antes de tomar uma decisão.
"Nos últimos meses, fomos bastante claros em ressaltar que enfrentamos os choques que citei e ainda não estamos livres de potenciais choques adicionais", disse Diaz de Leon, cujo mandato começa em 1° de dezembro.
"Não podemos assumir que o caminho desinflacionário vai acontecer necessariamente como esperado", acrescentou.
A próxima reunião de política monetária do banco central será em 14 de dezembro, e poucos economistas preveem uma alta dos juros básicos, atualmente em 7 por cento, após vários meses de manutenção.