Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa encerrou em alta de quase 2 por cento nesta segunda-feira, no maior nível de fechamento em quase cinco anos, impulsionado pelo firme desempenho de papéis de grandes bancos, mineração e siderurgia.
O Ibovespa encerrou com ganho de 1,9 por cento, a 65.748 pontos, no patamar mais elevado desde 27 de março de 2012. Na máxima da sessão, o índice subiu 2 por cento e tocou 65.815 pontos. O giro financeiro somou 7 bilhões de reais.
O indicador terminou no azul em 10 dos 16 pregões até agora em 2017, acumulando valorização de 9,2 por cento desde o começo do ano.
O bom humor entre os investidores na bolsa brasileira nesta segunda-feira contrariou o menor apetite a risco tanto nas bolsas da Europa e Estados Unidos, assim como a fraqueza dos preços do petróleo no mercado internacional.
O analista Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos, afirmou que as atenções no mercado acionário brasileiro devem se dividir entre as primeiras ações de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e os números da nova temporada de balanços de empresas brasileiras.
Os desdobramentos no cenário político também devem ganhar maior relevância nos próximos dias, com o fim do recesso parlamentar, acrescentou o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos.
DESTAQUES
- VALE PNA avançou 4,83 por cento, para 31,5 reais, e VALE ON subiu 3,77 por cento, para 33,31 reais, alcançando máximas de fechamento desde fevereiro e novembro de 2013, respectivamente. A mineradora encerrou o dia entre os principais ganhos do Ibovespa, beneficiada por uma percepção mais favorável em relação ao setor. Analistas do Citi elevaram a recomendação dos ADRs da Vale (SA:VALE5) para "compra", com preço-alvo de 14 dólares, enquanto o Itaú (SA:ITUB4) BBA projeta o papel PNA em 34 reais até o fim do ano. Ainda no radar, estava a performance do preço do minério de ferro na China em meio a movimentações para o feriado do Ano Novo Lunar, que fechará os mercados por uma semana a partir de sexta-feira.
- PETROBRAS PN cedeu 0,06 por cento e PETROBRAS ON avançou 0,84, após um pregão marcado pelo recuo das cotações do petróleo pela primeira vez em três sessões, diante de expectativas de aumento na produção norte-americana. Nesta segunda-feira, a estatal informou que a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) da estatal petroleira opera desde 18 de janeiro com capacidade reduzida devido ao incêndio que paralisou unidade de destilação.
- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 3,36 por cento, para 37,83 reais, encerrando na máxima do dia e maior nível histórico de fechamento, em sessão positiva para o setor bancário. No caso do Itaú, o banco informou na última sexta-feira o adiamento da compra das ações do CorpBanca na Colômbia. A fusão foi anunciada como concluída em abril, mas a aquisição dos ativos do CorpBanca estava prevista para ocorrer até 29 de janeiro. O anúncio foi considerado "marginalmente positivo" pela Guide Investimentos, já que reduz o impacto financeiro da operação no curto prazo.
- KROTON ON recuou 4,44 por cento, liderando as baixas do Ibovespa, ao lado de ESTÁCIO ON, que cedeu 2,85 por cento. Pesaram sobre os papéis preocupações sobre os preços praticados no Fies, após reportagem da revista Veja citar supostas irregularidades na cobrança de mensalidades pela Kroton (SA:KROT3). Em fato relevante nesta manhã, a Kroton afirmou que está "integralmente em linha com o cumprimento da legislação educacional brasileira e com as regras do financiamento estudantil". O BTG Pactual (SA:BBTG11) disse que não há evidências de que as companhias tenham cometido infrações, mas destacou em nota a cliente que a notícia tende a pesar sobre o setor como um todo.