Por Jan Strupczewski
BRUXELAS (Reuters) - Os países da União Europeia vão dizer aos líderes financeiros mundiais no próximo mês que as crescentes tensões comerciais podem ter um efeito "adverso sério" sobre o crescimento global e que devem rejeitar o protecionismo e se comprometer a resolver disputas por meio da OMC.
Ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo devem se reunir de 11 a 12 de outubro na ilha indonésia de Bali, e a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, além das tensões com a Europa estarão no topo da agenda de questões.
"Estamos preocupados com o risco de aumento das tensões comerciais, que podem ter um impacto negativo sério para um crescimento e investimento global forte, inclusivo, sustentável e equilibrado", disseram os ministros das Finanças da UE em um documento preparado para a reunião que será formalmente aprovada em 2 de outubro.
"O G20 deve reafirmar seu compromisso de promover a abertura do mercado, a luta contra todas as formas de protecionismo, incluindo todas as práticas comerciais desleais, um multilateralismo baseado em regras reforçadas e condições equitativas para o comércio de produtos e serviços, investimentos e direitos de propriedade intelectual", disse o documento, visto pela Reuters.
Os Estados Unidos e a China impuseram novas tarifas sobre os produtos um do outro na segunda-feira, sem mostrar sinais de recuar de uma disputa comercial cada vez mais acirrada que deve atingir o crescimento econômico global.
Autoridades da UE dizem que concordam plenamente com os EUA que a China usa práticas comerciais desleais e rouba propriedade intelectual, mas discordam sobre como pressionar Pequim.
UE acredita que seria melhor abordar as preocupações sobre a China por meio da Organização Mundial do Comércio, em vez de uma guerra comercial, mas o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a OMC não está à altura do trabalho.
Autoridades do Comércio da União Europeia viajarão a Pequim pouco antes da reunião do G20 para conversações com seus colegas chineses sobre as reformas da OMC.