Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira que o governo busca uma economia de pelo menos 1 trilhão de reais em 10 anos com a reforma da Previdência que encaminhará ao Congresso Nacional, cujos detalhes seguem na mesa de discussão.
Guedes ressaltou, em entrevista a jornalistas após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o time econômico segue calibrando o texto da reforma e que o presidente Jair Bolsonaro ainda tem que bater o martelo a respeito.
"Ele tem o cálculo político dele, não adianta mandar proposta que não é aceita", disse o ministro.
Segundo Guedes, o governo tem duas ou três versões alternativas e o material será devidamente apresentado a Bolsonaro após o presidente retomar sua rotina, após ter passado por uma cirurgia na semana passada, para a retirada de uma bolsa de colostomia.
O ministro ressaltou ainda que a reforma seguirá o rito democrático convencional, após Maia ter afirmado a jornalistas que o texto não poderia ir direto a plenário, como inicialmente aventado pela equipe econômica.
"Importante é que ela (reforma) tenha potência fiscal para resolver o problema, a primeira coisa. Segundo que ela inaugure um período novo para Previdência, nós vamos ter um novo regime trabalhista a previdenciário", afirmou o ministro da Economia.
Guedes também disse que a reforma é uma construção democrática do governo, destinada a desarmar um "mecanismo perverso de transferência de renda", e que a mídia vai entender as linhas estruturantes da proposta e não cair na armadilha corporativista dos que "vazam e tentam atacar o tempo inteiro".
A fala veio um dia após uma minuta da proposta ter vindo a público, com detalhes como a fixação de idade mínima de 65 anos tanto para homens como para mulheres e a necessidade de contribuição por 40 anos para acesso integral ao valor da aposentadoria.
O ministro afirmou que o governo será "bem mais preciso" sobre a Previdência muito brevemente, já que ainda está acertando a formatação final da proposta.
(Por Marcela Ayres)