Monróvia, 1 mar (EFE).- As autoridades da Libéria detiveram vários ex-funcionários do Banco Central, entre eles Charles Sirleaf, filho da ex-presidente Ellen Johnson Sirleaf, por suposto envolvimento no desaparecimento de 18 bilhões de dólares liberianos (quase R$ 410 milhões), informaram fontes oficiais nesta sexta-feira.
A Polícia também tentou prender o ex-presidente do Banco Central Milton Weeks, mas sua segurança particular continua impedindo que a Polícia entre na casa.
Charles Sirleaf, que foi vice-presidente da entidade, passou a primeira noite sob custódia policial com o ex-diretor de assuntos bancários da autarquia Dorbor Hagba, e o Ministério Público tem 72 horas para formular as acusações.
As detenções aconteceram depois de o governo revelar em setembro que investiga o desaparecimento do dinheiro, que chegou aos portos do país entre novembro de 2017 e agosto de 2018 em contêineres com bilhetes impressos no exterior. De acordo com a investigação, Weeks e Charles Sirleaf seriam os responsáveis por autorizar a impressão das notas por um valor três vezes maior do que o autorizado pelo Parlamentar em maio de 2016.
Em janeiro, o atual presidente da Libéria, George Weah, disse que quando o relatório fosse publicado ele processaria todos os que descumpriram a lei.
O escândalo causou grande indignação na Libéria, onde a população questiona como tal quantia conseguiu entrar no país - onde a imensa maioria vive na pobreza - sem que o Executivo ou o Banco Central o registrasse.