WASHINGTON (Reuters) - Os planos de estímulo fiscal da Itália vão deixar o país vulnerável a taxas de juros mais altas que podem acabar levando-o a uma recessão, advertiu o Fundo Monetário Internacional nesta terça-feira, recomendando uma consolidação fiscal "modesta" para reduzir os custos de financiamento.
O FMI afirmou, após uma revisão anual das políticas econômicas da Itália, que qualquer ganho de crescimento temporário de curto prazo com o estímulo provavelmente será superado pelo "risco substancial" de uma rápida deterioração.
"A materialização de choques adversos mesmo modestos, como a desaceleração do crescimento ou o aumento dos spreads, elevará a dívida, aumentando o risco de que a Itália seja forçada a uma grande consolidação fiscal quando a economia estiver enfraquecendo", disse o FMI. "Isso pode transformar uma desaceleração em uma recessão".
O governo de coalizão da Itália propôs um déficit para 2019 de 2,4 por cento do Produto Interno Bruto, três vezes a meta do governo anterior.
O FMI projeta um déficit maior para 2019 de 2,66 por cento do PIB com o estímulo, aumentando para 2,8-2,9 por cento em 2020-2021.
O FMI disse que o crescimento no médio prazo provavelmente será negativo se o estímulo não for compensado por receitas adicionais.
O Fundo disse que recomenda que a Itália reduza gradualmente os gastos, enquanto as condições econômicas continuam favoráveis, visando um "pequeno superávit total em 4 ou 5 anos".