Nova York, 26 set (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quarta-feira um aumento de US$ 7,1 bilhões no crédito que havia disponibilizado à Argentina em junho e que, com isso, chega agora a US$ 57,1 bilhões.
Além disso, o FMI também antecipará uma injeção de US$ 19 bilhões deste montante, sendo US$ 8 bi ainda neste ano, e o restante em 2019, conforme revelaram a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde, e o ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, em entrevista coletiva no consulado do país em Nova York. Pelo acordo original, selado em junho, a quantia seria repassada em etapas até 2021.
Outra novidade anunciada hoje é que as verbas estarão disponíveis para reforçar o orçamento do governo argentino, e não mais com o ststus de "precaução" como até agora, de acordo com um comunicado do FMI.
Lagarde afirmou que a Argentina "desenvolveu um plano econômico fortalecido que pretende reforçar a confiança e estabilizar a economia".
"No centro do novo plano está uma política fiscal destinada a fortalecer sua posição e contar com um orçamento sustentável e adequadamente financiado, uma política monetária forte e focada na redução da inflação e uma política de taxa de câmbio flutuante sem intervenção", disse.
Por sua vez, Dujovne mostrou confiança que o acordo, que segundo ele tem "poucos antecedentes", devolverá a confiança dos investidores, sobretudo porque o país não precisará de um financiamento extra para pagar sua dívida externa.
O anúncio deste novo pacto foi feito um dia depois de o presidente do Banco Central de Argentina (BCRA), Luis Caputo, renunciar, alegando motivos pessoais, em meio às negociações com o FMI e à crise econômica que abala o país.
Após a abrupta desvalorização do peso, entre abril e maio, que levou a Argentina a pedir crédito ao FMI para acelerar as reformas que visam reduzir o alto déficit fiscal, em meados de agosto a situação se agravou com um novo ciclo de quedas da moeda.
Por isso, o presidente anunciou a necessidade de acelerar os repasses do empréstimo para garantir o financiamento de seus compromissos de pagamento de dívidas em 2019 e conseguir, no ano que vem, o "déficit zero" em suas contas públicas.
ce-