BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira que a frustração de expectativas sobre as reformas e ajustes na economia, além da reversão do atual cenário externo, podem elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária.
Em palestra no Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), em São Paulo, Ilan disse ainda que a perspectiva para 2018 é de crescimento moderado da economia com inflação em direção às metas, mas ressaltou que "há riscos".
Em apresentação disponibilizada no site do BC, Ilan citou a reforma da Previdência em particular como uma das medidas fundamentais para o equilíbrio da economia, "com consequências favoráveis para a desinflação, para a queda da taxa de juros estruturais e para a recuperação sustentável da economia brasileira".
A votação da Proposta de Emenda à Constituição que altera as regras para a aposentadoria está marcada para o dia 19 de fevereiro na Câmara dos Deputados, mas o governo ainda luta para mobilizar a base e garantir os 308 votos suficientes para aprovação da impopular matéria.
Antes dessa definição, o Comitê de Política Monetária do BC se reunirá em 7 de fevereiro para definir a taxa básica de juros, sendo que a expectativa majoritária do mercado é de corte de 0,25 ponto na Selic, que está hoje na mínima histórica de 7 por cento ao ano.
Para março, parte do mercado aposta em novo corte de 0,25 ponto nos juros, incluindo o Top-5, grupo de economistas que mais acertam as projeções dentro da pesquisa semanal Focus. As apostas da maioria, contudo, ainda são de manutenção dos juros no mesmo nível acertado em fevereiro.
(Por Marcela Ayres)