Fique por dentro das principais notícias do mercado desta segunda-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 28.04.2025, 08:11
© Reuters

Investing.com – Os principais índices acionários dos Estados Unidos recuavam nesta segunda-feira, no mercado futuro, com os investidores atentos a uma série de balanços corporativos relevantes e ao desenrolar das disputas comerciais.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, não endossou a declaração do presidente Donald Trump de que negociações comerciais com a China estariam em andamento.

No setor corporativo, a Airbus (EPA:AIR) concluiu um acordo para adquirir ativos da fornecedora Spirit Aerosystems (NYSE:SPR), enquanto o ouro operava estável, em meio à expectativa de redução das tensões comerciais.

No Brasil, os investidores analisarão as atualizações das projeções econômicas no boletim Focus.

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1. Futuros americanos em queda

Os índices futuros de Nova York registravam leves perdas nesta manhã, com os investidores ajustando posições para uma semana que promete forte volatilidade devido aos balanços trimestrais e ao ambiente externo conturbado.

Às 7h45 de Brasília, o Dow Jones caía 55 pontos, ou 0,14%, enquanto o S&P 500 recuava 14 pontos, equivalente a 0,25%. Já o Nasdaq 100 apresentava queda de 44 pontos, também de 0,23%.

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

Na última sexta-feira, os principais índices de Wall Street encerraram o pregão em alta, refletindo a análise dos resultados corporativos e expectativas de distensão nas relações comerciais entre EUA e China.

O setor de tecnologia destacou-se entre os melhores desempenhos, sustentado pela valorização de 1,7% das ações da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), que reportou forte crescimento da receita com serviços de nuvem e indicou que os investimentos em inteligência artificial, antes alvo de críticas, estão começando a apresentar retorno.

A movimentação de Pequim para isentar algumas importações norte-americanas de tarifas de 125%, impostas em retaliação às sobretaxas de 145% anunciadas por Washington, trouxe algum alívio. Ainda assim, autoridades chinesas refutaram as alegações de Trump sobre o início de negociações formais.

Pesquisas recentes, como o levantamento final da Universidade de Michigan divulgado na sexta-feira, indicam que o impacto das tarifas sobre o sentimento do consumidor nos EUA tem aumentado. O índice atingiu o nível mais baixo desde julho de 2022, embora tenha apresentado leve revisão positiva em relação à leitura preliminar.

A temporada de resultados corporativos continua intensa nesta semana em Wall Street, com diversas empresas programadas para divulgar números após o fechamento dos mercados nesta segunda-feira.

Entre as companhias que divulgarão seus resultados estão NXP Semiconductors (NASDAQ:NXPI), Nucor Corporation (NYSE:NUE), Cincinnati Financial (NASDAQ:CINF) e SBA Communications (NASDAQ:SBAC).

Até o momento, mais de 175 empresas do índice S&P 500 já reportaram seus balanços, com mais de 70% superando as expectativas, conforme dados da LSEG citados pela Reuters. A projeção de crescimento dos lucros do S&P 500 para o primeiro trimestre subiu para 9,7% em comparação anual, ante uma expectativa anterior de 8,0% em 1º de abril.

Apesar dos números positivos, o ambiente ainda é marcado por incertezas. Diversas companhias alertaram para perspectivas econômicas nebulosas nos próximos meses, especialmente devido à elevação das tarifas, optando por revisar ou até cancelar suas projeções para o restante do ano.

2. Bessent comenta sobre China e tarifas

O cenário para um possível acordo comercial entre EUA e China permanece incerto. Durante o final de semana, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, evitou confirmar as declarações de Trump sobre a existência de negociações em andamento.

Bessent afirmou desconhecer se Trump teria conversado diretamente com o presidente chinês Xi Jinping, embora a Casa Branca tenha indicado disposição para buscar a redução das tensões. O presidente norte-americano havia mencionado que as conversas estavam em curso.

Em entrevista ao programa "This Week", da ABC, Bessent limitou-se a destacar a boa relação e o respeito mútuo entre Trump e Xi. Ele também comentou ter mantido interações com representantes chineses durante as reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) realizadas recentemente em Washington, sem detalhar se as tarifas foram abordadas.

Considerado peça-chave em qualquer possível negociação, Bessent afirmou que o processo tende a ser longo e árduo, sem estabelecer um cronograma para um eventual acordo.

3. Airbus finaliza acordo com Spirit AeroSystems

A Airbus anunciou a conclusão de um acordo para a aquisição de ativos da fornecedora de componentes aeronáuticos Spirit AeroSystems, avançando no processo de reestruturação da companhia, que também envolve a Boeing (NYSE:BA).

O acerto ocorre após a Boeing anunciar, no ano passado, a recompra da Spirit por US$ 4,7 bilhões em ações. No âmbito do novo acordo, a Airbus assumirá as operações deficitárias da Spirit na Europa.

Segundo a empresa europeia, foram disponibilizadas linhas de crédito sem juros no valor de US$ 200 milhões para a Spirit. Além disso, a Airbus receberá US$ 439 milhões em compensações e assumirá a produção das asas do modelo A220, em uma fábrica em Belfast, na Irlanda do Norte.

A CFO da Spirit, Irene Esteves, descreveu o acordo como um “marco importante” no processo de integração com a Boeing (NYSE:BA).

4. Ouro estável

O ouro operava perto da estabilidade nesta segunda-feira, em meio à redução da aversão ao risco provocada pela percepção de que o embate comercial entre EUA e China pode ser menos intenso do que inicialmente temido.

No mercado à vista, o ouro subia 0,07%, cotado a US$ 3.300,56 por onça-troy.

Os investidores também aguardam dados cruciais para os rumos da política monetária norte-americana, como o relatório de empregos de abril, o PIB do primeiro trimestre e o índice de preços PCE — a medida de inflação preferida do Federal Reserve.

Esses indicadores poderão influenciar as próximas decisões do Fed, que já sinalizou adotar uma postura cautelosa em meio à crescente incerteza global.

5. Projeções econômicas no Brasil

No Brasil, os investidores irão analisar a atualização das projeções econômicas coletadas semanalmente pelo banco central no boletim Focus.

No último relatório, os analistas reduziram a projeção de inflação (IPCA) em 2025 de 5,65% para 5,57%, mantendo a expectativa de 4,50% para 2026, enquanto elevaram as previsões de crescimento do PIB para 2% neste ano e 1,70% no próximo. As projeções para a Selic permaneceram inalteradas em 15% para 2025 e 12,50% para 2026, com a taxa atual em 14,25% ao ano. O mercado também manteve a estimativa para o dólar em R$ 5,90 ao fim de 2025 e revisou levemente para baixo a expectativa de 2026, agora em R$ 5,96.

No calendário econômico da semana, teremos a divulgação de transações correntes nesta segunda, crédito bancário e IGP-M na terça, além dos resultados do setor público e do mercado de trabalho de março na quarta.

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