Boom das criptos: quais ações do setor podem surpreender na alta?
Investing.com – As ações norte-americanas operavam em leve alta no mercado futuro desta sexta-feira, em meio a persistentes receios com novos desdobramentos na disputa comercial entre Washington e Pequim, mesmo depois do recente acordo firmado entre os dois países. Ainda assim, o Barclays (LON:BARC) descarta a possibilidade de recessão nos EUA para este ano.
Agora, os investidores direcionam suas atenções para a prévia da pesquisa de sentimento do consumidor nos EUA, que tem mostrado forte deterioração nos últimos meses em razão das preocupações relacionadas às tarifas.
No Brasil, mais dados de inflação serão divulgados logo mais, permitindo que os investidores ajustem suas expectativas sobre a trajetória de preços a consumidores e produtores neste ano.
1. Índices futuros dos EUA sobem
Os índices futuros das ações norte-americanas subiam levemente nesta manhã de sexta-feira, com o Dow avançando 92 pontos, ou 0,22%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq 100 subiam 0,20% e 0,18% respectivamente, no mercado futuro, às 8 h de Brasília.
Na quinta-feira, os principais índices de Wall Street tiveram um desempenho misto, refletindo a cautela dos investidores quanto à possibilidade de que a trégua comercial entre EUA e China, firmada no início da semana, não seja suficiente para afastar os riscos de desaceleração provocados pela política tarifária agressiva do presidente Donald Trump.
A varejista Walmart (NYSE:WMT) alertou que os custos elevados com tarifas nos EUA obrigarão a empresa a reajustar preços nas próximas semanas, um movimento que analistas acreditam que possa ser replicado por outras companhias do setor.
Paralelamente, o mercado absorvia novos dados econômicos que mostraram uma desaceleração inesperada nos preços ao produtor e fragilidade nas vendas no varejo, excluindo automóveis.
“As vendas de abril sugerem que o ímpeto de antecipação de compras, motivado pelos aumentos de preços ligados às tarifas, se dissipou rapidamente após a disparada de gastos em março”, avaliou James Knightley, economista-chefe internacional do ING, em relatório distribuído aos clientes.
“Por outro lado, a leitura fraca do índice de preços ao produtor indica que, por ora, as empresas têm absorvido os custos adicionais em suas margens de lucro. Resta saber até quando essa estratégia será sustentável.”
2. Barclays descarta recessão nos EUA
O acordo comercial entre EUA e China levou o Barclays a revisar para cima suas projeções de crescimento econômico para os EUA e a afastar a expectativa de recessão ainda este ano, segundo nota divulgada na noite de quinta-feira.
Agora, o banco estima crescimento de 0,5% para a economia americana em 2025 e de 1,6% em 2026, ante previsões anteriores de retração de 0,3% e expansão de 1,5%, respectivamente.
A redução da incerteza e um ambiente macroeconômico mais favorável também motivaram o banco a revisar suas estimativas para a zona do euro, onde agora se espera estagnação em 2025, frente à previsão anterior de contração de 0,2%.
Ainda assim, o Barclays projeta uma recessão técnica na região no segundo semestre de 2025, embora com intensidade inferior à prevista anteriormente.
“De maneira geral, continuamos pessimistas em relação ao desempenho da zona do euro, diante de um nível elevado de incerteza e da falta de avanços nas negociações tarifárias entre União Europeia e Estados Unidos, que seguem estagnadas em aspectos técnicos”, apontou o banco.
3. Sentimento do consumidor norte-americano
A agenda econômica desta sexta-feira é mais enxuta, com os holofotes voltados para a prévia da pesquisa de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan.
Analistas preveem leve alta no índice de maio, após o recuo observado em abril.
O levantamento tem refletido, nos últimos meses, uma deterioração na confiança das famílias diante do temor de novas tarifas, além do aumento das expectativas quanto à inflação futura.
Ainda assim, há discussões no mercado sobre o grau de aderência desses indicadores de confiança, os chamados “soft data”, ao comportamento real da economia, sobretudo após o Federal Reserve destacar recentemente sinais de resiliência frente aos impactos tarifários.
4. Ouro recua
Os preços do ouro recuavam nesta sexta-feira, acumulando fortes perdas na semana, à medida que o arrefecimento das tensões comerciais entre EUA e China aumentou o apetite por risco, reduzindo a demanda por ativos considerados refúgio.
Com isso, operadores aproveitaram para realizar lucros após o metal precioso atingir máximas históricas recentemente. A valorização do dólar ao longo da semana e o avanço nos rendimentos dos Treasuries também adicionaram pressão sobre o ouro.
No momento da redação, o ouro à vista caía 1%, cotado a US$ 3.208,56 por onça, enquanto os contratos futuros com vencimento em junho recuavam 0,5%, negociados a US$ 3.211,06. Na semana, a queda acumulada gira em torno de 3,2%, configurando o pior desempenho semanal desde o início de novembro de 2024.
5. Inflação e ruídos fiscais no Brasil
O mercado local segue avaliando rumores difundidos na tarde de ontem, de que o governo estaria estudando uma série de medidas para reverter a popularidade em queda do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com foco nas eleições do ano que vem.
Apesar das negativas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre os efeitos de tais iniciativas na política fiscal, os ruídos acabaram batendo no mercado de câmbio, com o dólar fechando o pregão em alta de 0,84%, cotado a R$5,6803, contrariando o movimento do exterior, onde a moeda norte-americana recuou frente a outras divisas, após dados fracos do varejo dos EUA.
Já o Ibovespa subiu 0,66%, aos 139.334 pontos, com impulso das ações da Vale (BVMF:VALE3), em linha com a alta do minério na China, e por movimentos corporativos positivos, como a expectativa pelo balanço da BRF (BVMF:BRFS3) após o fechamento do mercado.
No calendário econômico de hoje, teremos a divulgação do índice de inflação IGP-10, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apura a elevação de preços ao produtor e ao consumidor entre os dias 11 de fevereiro e 10 deste mês.