BBAS3: Banco do Brasil sobe antes do balanço; hora da virada ou ajuste técnico?
Investing.com — Os principais índices futuros das ações dos EUA operam em alta nesta quarta-feira, reagindo à notícia de que representantes norte-americanos e chineses devem se encontrar nos próximos dias, o que pode abrir caminho para uma eventual distensão nas relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
A atenção dos investidores também estará voltada para as decisões de juros do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, especialmente quanto a indicações sobre os próximos passos da política monetária.
No cenário corporativo, a fabricante de chips AMD surpreendeu o mercado, ao divulgar uma previsão de receita para o trimestre atual acima do consenso, embora tenha alertado para perdas relevantes relacionadas às novas restrições norte-americanas à exportação de semicondutores.
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1. Futuros dos EUA em alta
Os principais índices futuros em Nova York mostravam trajetória ascendente antes da abertura das bolsas.
Às 7 h de de Brasília, o Dow Jones subia 218 pontos (0,5%), o S&P 500 ganhava 32 pontos (0,6%) e o Nasdaq 100 avançava 132 pontos (0,7%) no mercado futuro.
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
No pregão anterior, as bolsas de Nova York encerraram em queda, influenciadas em parte por declarações do presidente Donald Trump, que reforçou uma postura dura nas negociações comerciais durante uma reunião com o premiê canadense Mark Carney. Trump afirmou que "outros países precisam assinar acordos conosco", destacando a intenção de manter uma linha dura nas tratativas.
Em abril, o presidente norte-americano impôs novas tarifas a diversos países, mas recuou parcialmente diante da forte volatilidade nos mercados financeiros, prorrogando a aplicação das taxas por 90 dias. Desde então, assessores da Casa Branca têm buscado acordos bilaterais antes que as tarifas mais pesadas passem a vigorar, previstas para julho.
2. Representantes de Trump se reunirão com homólogos chineses
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, deve se reunir nesta semana com He Lifeng, vice-primeiro-ministro da China e principal articulador econômico de Pequim. A expectativa é que o encontro ocorra na Suíça e conte também com a presença de Jamieson Greer, negociador comercial dos EUA.
Em comunicado oficial, Bessent afirmou esperar discussões construtivas para “reequilibrar o sistema econômico internacional em favor dos interesses americanos”. Já a chancelaria chinesa enfatizou disposição para reabrir o diálogo, mas advertiu que não aceitará qualquer tipo de intimidação como pré-condição para um acordo.
A China segue fora da lista de exceções tarifárias concedidas por Trump, enfrentando atualmente uma carga tributária mínima de 145% sobre exportações para os EUA. Em resposta, Pequim impôs tarifas retaliatórias de 125% e foi alvo recorrente das críticas da administração Trump, que classificou o país como um dos principais infratores no comércio global.
3. Decisões dos bancos centrais dos EUA e do Brasil
O Federal Reserve anunciará sua decisão sobre a taxa de juros hoje, às 15 h de Brasília, enquanto o banco central brasileiro fará seu anúncio após o fechamento do mercado.
Quanto ao Fed, a expectativa é de manutenção da taxa básica, com o foco dos investidores voltado ao tom da comunicação e a indicações dos próximos passos da política monetária.
Apesar da pressão da Casa Branca para uma flexibilização, o comitê do Fed já reiterou que adotará uma postura de cautela, diante das incertezas econômicas, sobretudo aquelas relacionadas aos efeitos das tarifas sobre a inflação e o mercado de trabalho.
Embora o PIB dos EUA tenha apresentado contração no primeiro trimestre, os dados de consumo e emprego mostraram robustez, adicionando complexidade ao cenário. Como as próximas projeções econômicas só serão divulgadas em junho, os investidores buscarão pistas nas falas de Jerome Powell, presidente do Fed, durante a coletiva de imprensa pós-reunião.
Também é aguardado com interesse o posicionamento de Powell sobre a autonomia da instituição, especialmente após críticas públicas do presidente Trump, que manifestou insatisfação com a resistência do Fed em cortar juros, embora tenha descartado a ideia de afastar Powell do cargo.
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No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar uma elevação mais moderada da taxa Selic, encerrando a sequência de aumentos de 1 ponto percentual nas últimas decisões. A expectativa majoritária do mercado é de um ajuste de 50 pontos-base, elevando a taxa básica para 14,75% ao ano.
O que os investidores querem saber, no entanto, é se esta será a última alta do ciclo e qual é a avaliação do BC sobre o ambiente internacional, marcado por medidas protecionistas dos EUA.
Entre os analistas, o cenário ainda é de incerteza quanto à taxa terminal, com parte do mercado considerando a possibilidade de mais uma alta residual em junho.
Há divergências também sobre o tom da comunicação do Copom: enquanto alguns esperam uma postura mais branda, outros antecipam um texto rígido, refletindo preocupação com a inflação persistentemente acima do centro da meta, as expectativas desancoradas e os riscos fiscais crescentes.
4. Projeções da AMD para o 2º tri superam expectativas
As ações da Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) registraram ganhos no after market após a empresa apresentar guidance de receita acima das estimativas para o segundo trimestre. Analistas atribuem esse desempenho à antecipação de pedidos por parte de clientes, diante da ameaça de novas tarifas.
Ainda assim, a companhia enfrenta desafios relevantes com a implementação de restrições dos EUA à exportação de processadores de alto desempenho para a China. A CEO Lisa Su afirmou que a empresa projeta um impacto negativo de US$ 1,5 bilhão nas vendas neste ano, especialmente nos dois trimestres intermediários. Mesmo diante desse cenário, Su estima crescimento de dois dígitos nas receitas provenientes de chips de inteligência artificial em data centers.
Outras companhias devem divulgar seus resultados hoje, incluindo a Uber Technologies (NYSE:UBER), a Walt Disney (NYSE:DIS) e a Arm Holdings (NASDAQ:ARM).
5. Ouro cai; petróleo sobe
No mercado de commodities, os preços do ouro recuaram após o anúncio do encontro EUA-China estimular o apetite por risco, enquanto o fortalecimento do dólar pressionou ainda mais o metal precioso. O ouro à vista caía 1,3%, a US$ 3.386,97 por onça, e o contrato futuro para junho recuava 0,8%, para US$ 3.395,86, no momento da redação.
Já o petróleo registrava alta, sustentado pelas expectativas de retomada nas negociações comerciais e por sinais de demanda consistente nos EUA. Os estoques de petróleo bruto caíram 4,5 milhões de barris na semana encerrada em 2 de maio, segundo o American Petroleum Institute. Os dados oficiais da Administração de Informação de Energia dos EUA serão divulgados ainda hoje.
Os contratos futuros do Brent avançavam 1,5%, cotados a US$ 63,05 o barril, enquanto o WTI subia 1,8%, a US$ 60,14.
CONFIRA: Cotação das principais commodities