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Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas operavam em alta nesta sexta-feira, com os investidores aguardando a divulgação dos dados de inflação dos EUA, adiados pela paralisação prolongada do governo federal.
A temporada de balanços corporativos por lá também segue no foco, com destaque para os resultados da montadora Ford Motor. Em paralelo, o presidente Donald Trump afirmou ter encerrado as negociações comerciais com o Canadá após um anúncio considerado “fraudulento” pelo governo de Ontário, enquanto o ouro se encaminha para sua primeira queda semanal em mais de dois meses.
No Brasil, todas as atenções se voltam para a “prévia” da inflação oficial de outubro, com a divulgação do IPCA-15, após o presidente do banco central, Gabriel Galípolo, expressar preocupações com as expectativas de inflação.
1. Futuros em alta em Wall Street
Os índices futuros de Nova York registravam ganhos modestos, refletindo a expectativa em torno da nova rodada de resultados corporativos e das próximas etapas das negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
Às 6h50 de Brasília, o futuro do Dow Jones subia 59 pontos (0,1%), o do S&P 500 avançava 15 pontos (0,2%) e o do Nasdaq 100 ganhava 88 pontos (0,4%).
Na véspera, Wall Street encerrou em terreno positivo, favorecida pela confirmação de que Trump se reunirá ainda este mês com o presidente chinês Xi Jinping na Coreia do Sul.
Entre os destaques individuais, as ações da Tesla subiram 2,3%, revertendo perdas anteriores, após a companhia reportar vendas recordes, embora o lucro tenha ficado aquém das expectativas. Parte dos analistas segue atenta não apenas ao negócio de veículos, mas também às apostas da empresa em direção autônoma e robótica.
A T-Mobile recuou mesmo após apresentar crescimento acima do esperado no número de assinantes móveis no trimestre. Já a Honeywell avançou depois que sua divisão aeroespacial levou o conglomerado a revisar positivamente as metas anuais.
2. IPC dos EUA no radar
Os mercados aguardam a divulgação do índice de preços ao consumidor (IPC) de setembro, adiado por várias semanas devido ao impasse orçamentário que paralisou parte do governo federal.
As projeções indicam que a inflação acumulada em 12 meses deve subir para 3,1%, ante 2,9% em agosto. Na base mensal, o índice deve repetir o avanço de 0,4%.
Excluindo itens voláteis, o núcleo do IPC é esperado em 3,1% na comparação anual e 0,3% no mês.
O atraso na divulgação dos indicadores impediu o Federal Reserve de acessar dados-chave para ajustar a política monetária antes da próxima reunião do banco central, marcada para 28 e 29 de outubro.
A inflação continua sendo uma das principais variáveis monitoradas pelas autoridades, especialmente após sinais anteriores de que as pressões de preços permanecem firmes. O Fed, contudo, tem dado maior peso à desaceleração do mercado de trabalho, citando o enfraquecimento do emprego como justificativa para o corte de 25 pontos-base decidido em setembro.
Segundo a Ferramenta FedWatch da CME, o mercado projeta um novo corte de 0,25 ponto percentual neste mês e outro em dezembro. Ainda assim, a ausência de dados recentes mantém incertezas sobre o ritmo futuro da política monetária.
3. Trump encerra negociações comerciais com o Canadá
O presidente Donald Trump anunciou o fim das negociações comerciais com o Canadá, alegando que um anúncio “fraudulento” patrocinado pelo governo de Ontário distorceu a imagem do ex-presidente Ronald Reagan.
“Diante desse comportamento ultrajante, TODAS AS NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS COM O CANADÁ ESTÃO ENCERRADAS”, publicou Trump em sua rede Truth Social, defendendo que as tarifas são essenciais para a segurança nacional e para a economia dos EUA.
Segundo o presidente, o Canadá veiculou um anúncio “falso” em que Reagan aparecia criticando tarifas, o que, segundo ele, buscava interferir em decisões judiciais que analisam a legalidade das medidas comerciais americanas.
Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, Trump intensificou as disputas comerciais com o Canadá. Inicialmente, o governo impôs tarifas sob o argumento de combate ao contrabando de drogas, mas depois flexibilizou parte das restrições para produtos abrangidos pelo Acordo Estados Unidos–México–Canadá (USMCA). Também foram adotadas tarifas sobre aço, alumínio, madeira e automóveis canadenses, sob a justificativa de fortalecer a segurança econômica.
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, reuniu-se com Trump há duas semanas, mas o encontro terminou sem avanços concretos.
4. Ouro registra correção após máximas históricas
O ouro caminha para sua primeira semana de baixa em dez semanas, à medida que investidores realizam lucros após as recentes máximas históricas e aguardam o dado de inflação americano.
No momento da redação, o ouro à vista recuava 0,8%, para US$ 4.092,79 por onça, enquanto os contratos futuros caíam 0,9%, a US$ 4.106,76.
Apesar de ter renovado recordes no início da semana, o metal acumula perda superior a 3% nos últimos dias, o maior recuo semanal desde novembro de 2024.
O otimismo em torno do possível encontro entre Trump e Xi, que pode reduzir as tensões comerciais, diminuiu a busca por ativos de proteção, enquanto o fortalecimento do dólar encareceu o ouro para investidores estrangeiros.
Analistas, contudo, avaliam que uma leitura moderada do IPC pode reforçar as apostas em novos cortes de juros pelo Fed em outubro e dezembro, o que tenderia a favorecer o metal. Em contextos de juros mais baixos, o ouro costuma ter desempenho superior, já que o custo de carregamento do ativo, que não gera rendimento, se torna menor.
5. IPCA-15 no Brasil
O mercado local deverá repercutir os números do IPCA-15 a serem divulgados logo mais pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após uma queda de 0,14% em agosto, o indicador voltou a acelerar para 0,48% em setembro, mas ficou abaixo da projeção estimada em 0,51%.
No acumulado de 12 meses, o índice registrou alta de 4,95% para 5,32% no mês passado, mas, de acordo com dados do Investing.com, a expectativa é que a métrica volte a desacelerar para 5,02% ao ano até outubro.
O IPCA-15 tem o mesmo método de cálculo do IPCA, mas abrange um período de coleta diferente, que vai do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência.
No último boletim Focus, os agentes do mercado pesquisados pelo Banco Central esperavam que a inflação medida pelo IPCA terminasse este ano em 4,70%, com baixa para 4,27% em 2026, ainda acima do centro da meta oficial de 3%, considerada pela política monetária do BC, que admite tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Ontem, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a instituição está “bastante incomodada” com a inflação e as expectativas ainda acima da meta, reforçando que a política monetária seguirá restritiva por um período prolongado.
