Arena do Pavini - O mercado reagiu de maneira surpreendente no primeiro dia após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o dólar disparando, para R$ 3,42, e o Índice Bovespa recuando 1,78%. A leitura do mercado foi de aumento da incerteza com a eleição presidencial, não só pela prisão do ex-presidente, que deve insistir em sua candidatura, mas por novos participantes que podem embolar a disputa, como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não decolou ainda e Barbosa pode dificultar um pouco mais a definição de um favorito de centro, avalia Paulo Corchaki, sócio da gestora Trafalgar Investimentos. E Barbosa não é uma figura muito afinada com as propostas de reformas que o mercado aguarda, avalia. “O cenário segue muito indefinido e preocupa os investidores”, diz, lembrando que há ainda a votação na quarta-feira no Supremo de um pedido para suspensão das prisões após segunda instância que podem levar a libertação de Lula. “Pior que não prender é prender e soltar”, diz.
A estratégia do fundo de ações da Trafalgar nesse cenário é ser naus conservador, aumentando a parcela em renda fixa e ter um pouco de diversificação internacional e, no Brasil, buscar papéis mais resistentes a uma queda dos mercados, explica Corchaki, que comandou as áreas de gestão de fortunas do Itaú (SA:ITUB4) e do UBS.
O fundo aplica na América Latina e tem também 30% em caixa aguardando uma definição melhor do cenário brasileiro. Outros 20% estão em ações da América Latina e o restante está em ações brasileiras de empresas de varejo, bancos, construtoras e mineradoras. “São ações que devem cair menos que o Ibovespa, mas devem subir mais em caso de recuperação”, acredita.
Por Arena do Pavini