Arena do Pavini - O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, deu uma entrevista coletiva hoje no início da noite em Brasília para reforçar que não vai subir os juros para segurar a disparada do dólar, como especula e pressiona o mercado e apresentou suas armas na disputa que vem sendo travada com o mercado. O BC busca assim retomar o espaço perdido na batalha da comunicação com o mercado, especialmente depois de voltar atrás na redução dos juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio.
Hoje, os mercados futuros fecharam projetando para este ano juros de 7,6%, mais de um ponto percentual acima da taxa Selic atual e diversos economistas falam que o BC deveria subir os juros diante da pressão que o dólar terá sobre a inflação. Segundo analistas, o Brasil está sendo alvo de um ataque especulativo que busca forçar uma alta dos juros, como ocorreu com a Turquia e a Argentina. Além disso, o país sofre os efeitos da alta dos juros nos Estados Unidos e da incerteza com a eleição presidencial.
Golfajn, porém, reafirmou que “a política monetária olha para as expectativas de inflação e o balanço de riscos, e não será usada para controlar a taxa de câmbio”. Segundo agências de notícias, Golfajn acrescentou, porém, que o BC vai atuar de forma coordenada, como vem fazendo, com o Tesouro Nacional oferecendo liquidez aos mercados de câmbio e juros, por meio de leilões de swap cambial e de venda de títulos públicos com compromisso de recompra para ajudar os fundos de investimentos a zerarem suas posições.
Segundo ele, o BC deve oferecer US$ 20 bilhões em swap cambial até o fim da próxima semana para segurar a disparada do dólar. E esse valor pode ser maior se o BC julgar que é necessário, alerta Goldfajn. Ele acrescentou ainda que o BC pode usar outros instrumentos para acalmar os mercados. “Vamos usar os instrumentos necessários par o mercado, se precisar de swap, usamos swap, se precisar de reservas, usamos reservas, se precisar de linha, usaremos linha”, disse, numa referência aos leilões de linhas externas. O presidente do BC lembrou que o país tem 20% do PIB em reservas internacionais que pode ser usadas.
Por Arena do Pavini