Por William Schomberg
LONDRES (Reuters) - O governo britânico defendeu neste sábado a independência do Judiciário do país, após três juízes virarem alvos de críticas pelo entrave causado nos preparativos para o Brexit.
A ministra da Justiça, Liz Truss, sob crescente pressão para apoiar os juízes, emitiu uma breve declaração dizendo que a independência do Judiciário era "a base sobre a qual nosso Estado de direito é construído".
A Suprema Corte da Inglaterra provocou uma resposta irritada de alguns legisladores e jornais na quinta-feira, quando decidiu que a decisão de iniciar as conversas para saída formal da Grã-Bretanha da União Européia precisa ser aprovada pelo parlamento e não poderia ser tomada pelo governo sozinha.
Sajid Javid, membro do gabinete de May, considerou a decisão uma tentativa "inaceitável" de "frustrar a vontade do povo britânico", enquanto o jornal The Daily Mail disse que os três juízes que emitiram a decisão eram "inimigos do povo".
Os protestos fizeram com que outros legisladores conservadores saíssem em defesa dos juízes.
Bob Neill, o presidente conservador do comitê de justiça do parlamento, disse que os ataques "ameaçavam a independência de nosso judiciário" e "não tinham lugar em uma terra civilizada".
May disse a líderes da UE na véspera acreditar que a decisão judicial seria revogada e que manteria o cronograma do Brexit.