BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal estuda reajustar o Bolsa Família em 4,6 por cento, afirmou uma fonte da equipe econômica nesta terça-feira, conferindo uma correção acima da inflação ao programa em meio a esforços para emplacar medidas positivas enquanto tenta debelar sua mais grave crise política.
Falando em condição de anonimato, a fonte não deu detalhes sobre o prazo de anúncio da medida.
Em junho passado, o presidente Michel Temer concedeu um aumento médio de 12,5 por cento nos benefícios do programa, após dois anos sem alterações. Pouco antes, a então presidente Dilma Rousseff chegou a anunciar um aumento de 9 por cento, que acabou não se concretizando diante do seu afastamento por impeachment.
Se confirmado, o ajuste feito neste ano deverá vir acima da inflação. Nos 12 meses até maio, a inflação medida pelo IPCA subiu 3,60 por cento, nível mais fraco desde maio de 2007.
A iniciativa deverá se somar a outras que integram pacote de bondades estudado pelo governo. Com o objetivo de angariar mais apoio político para garantir sua sobrevivência, Temer deverá fazer um aceno a governadores nesta terça-feira durante jantar no Palácio da Alvorada.
Segundo um governador que participará do encontro nesta noite, estarão em discussão renegociação de dívidas dos Estados e securitização.
A fonte da equipe econômica destacou, por outro lado, que o time não trabalha com a possibilidade de correção da tabela do Imposto de Renda ou a redução de tributação nas faixas estipuladas, medidas que implicariam forte perda na arrecadação.
(Por Marcela Ayres)