👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Governo quer usar lucro bilionário do BC com câmbio para diminuir buraco de regra de ouro em 2019, diz fonte

Publicado 26.07.2018, 15:07
© Reuters. Sede do Banco Central em Brasília
XAU/USD
-
GC
-

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O governo quer usar o lucro do Banco Central com operações cambiais, neste primeiro semestre já em mais de 160 bilhões de reais, para pagamento da dívida pública em 2019, disse uma fonte com conhecimento direto sobre assunto, medida que aliviará o desafio imposto pela Regra de Ouro no ano que vem, diminuindo a pressão ao presidente que será eleito em outubro.

A previsão constará no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019 que o governo está preparando e que precisa enviar ao Congresso Nacional até o fim de agosto, acrescentou a fonte, que falou à Reuters em condição de anonimato.

No primeiro semestre deste ano, o dólar saltou 16,98 por cento sobre o real, impactando positivamente as operações com as reservas internacionais do país, hoje na casa de 380 bilhões de dólares. Por lei, esse lucro, que é puramente contábil, deve ser transferido ao Tesouro. No caso de prejuízo, o Tesouro tem que emitir dívida para cobertura das perdas.

Em seu relatório de receitas e despesas mais recente, divulgado na semana passada, o governo calculou que o buraco para a regra de ouro em 2019 é de 260,5 bilhões de reais.

Mas indicou que a insuficiência para cumprimento da regra -- que impede o governo de emitir dívida para pagar despesas correntes, como salários e aposentadorias-- pode cair para 94,6 bilhões de reais com a utilização do resultado positivo do BC no primeiro semestre, calculado em 165,9 bilhões de reais.

O balanço do BC deve ser aprovado na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) de agosto e transferido à Conta Única do Tesouro em setembro.

A própria equipe econômica estima que a sequência de déficits primários, que começou em 2014, continuará pelo menos até 2021. Sem conseguir economizar para pagar os juros da dívida pública, o governo se viu sem fontes de receitas para financiar as despesas correntes, precisando se financiar.

AJUDA DO BNDES

Para não desrespeitar a regra de ouro, o governo solicitou a antecipação de pagamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro, no total de 130 bilhões de reais.

O BNDES, que já transferiu 60 bilhões de reais até agora, chegou a negociar com o Ministério da Fazenda a possibilidade de postergar para 2019 a devolução dos 70 bilhões de reais restantes, citando justamente a possibilidade de uso dos ganhos contábeis do BC.

Mas acabou cedendo ao pedido do Tesouro, numa decisão que foi acertada internamente e deve ser sacramentada em breve. Segundo uma fonte do BNDES, "não existe nenhum risco de o Conselho (do banco) não aprovar" a devolução do restante neste ano.

© Reuters. Sede do Banco Central em Brasília

Contando principalmente com esses recursos em 2018, a secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, já afirmou que a insuficiência para a regra de ouro deste ano, hoje calculada em 98,4 bilhões de reais, será inteiramente coberta por medidas em curso, com folga de 5 bilhões de reais.

Apesar de indicar o uso do lucro contábil do BC para ajudá-lo na tarefa em 2019, o próprio governo já demonstrou ser a favor de uma mudança na relação entre Tesouro e BC, pauta que faz parte da agenda institucional da autoridade monetária. A ideia é que o BC não mais transfira resultados positivos à conta única do Tesouro, numa operação que muitos veem como financiamento implícito, passando ao invés disso a contar com uma reserva de resultados.

Projeto de lei sobre o tema chegou a ser aprovado no Senado, mas acabou estacionado na Câmara dos Deputados.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.